O reconhecimento é uma das atividades do Movimento Mulheres e Meninas na Ciência, desenvolvido pela Fapeam, para estimular uma maior participação desse público na ciência. Segundo a Unesco, as mulheres ainda têm pouca participação na ciência, 28% dos pesquisadores no mundo são mulheres.
Há 58 minutos
Por Agência Amazonas
Fachada da Fapeam – Foto: Érico XavierA Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado do Amazonas (Fapeam) realizou de forma remota, nesta quinta-feira (11/03), a Premiação Mulheres e Meninas na Ciência do Programa Ciência na Escola (PCE). A ação pioneira visa valorizar projetos desenvolvidos por professoras e alunas da educação básica de escolas estaduais do Amazonas e municipais de Manaus.
Houve também um destaque para os 8 trabalhos realizados nas áreas de ciências exatas e da terra, onde há desequilíbrio de gêneros entre coordenadores de projetos de pesquisa. Cada coordenadora receberá um troféu, cada bolsista uma medalha e a escola uma placa de menção honrosa pelo projeto desenvolvido.
Durante o evento, 39 projetos coordenados por professoras em escolas da capital e interior do Amazonas, no âmbito do PCE- Edital Nº 003/2019, foram premiados. Destes, 31 foram desenvolvidos em diferentes áreas do conhecimento e receberam certificado de menção honrosa às coordenadoras, bolsistas e escolas.
“Essa é uma ação de reconhecimento de projetos desenvolvidos por mulheres e meninas na ciência, como uma forma efetiva de contribuir para o incentivo da participação feminina na área da ciência, tecnologia e inovação, por meio do desenvolvimento de projetos de pesquisas nas diversas áreas do conhecimento”, enfatizou.
Presença feminina
A diretora-presidente da Fapeam, Márcia Perales, destacou que 590 projetos foram implementados em Manaus e em 26 municípios no âmbito do PCE 2019. Desses, 273 professores tiveram os relatórios finais aprovados sem ressalva, dentre esses 39 coordenados por mulheres com a participação de bolsistas meninas.
“É uma satisfação participar desta ação junto à Fapeam, que traz por meio desse projeto o estímulo a essas meninas que querem se desenvolver na ciência e precisam das mulheres envolvidas. Parabéns a todas vocês que participam desses projetos”, disse.
Para o secretário de estado de Desenvolvimento Econômico, Ciência, Tecnologia e Inovação (Sedecti), Jório Veiga, o momento é de celebração.
“Parabenizamos a Fapeam pelo trabalho científico desenvolvido no estado. Destaco a importância desta parceria, que já trouxe diversos frutos e tornou-se referência nacional ao levar a alfabetização científica para estudantes da rede pública de ensino. Trata-se do PCE, que já possibilitou a inserção de milhares estudantes do Amazonas no mundo científico”, destacou a secretária.
Igualdade de gênero
A secretária executiva adjunta da Secretaria de Estado de Educação e Desporto (Seduc-AM), na capital, Arlete Mendonça, disse que incentivar ações que impulsionam as mulheres e meninas ao acesso integral à ciência são papeis essenciais para a construção de uma sociedade mais igualitária.
Premiação PCE
Desenvolvido no município de Benjamin Constant, o projeto coordenado pela professora Vanessa Angulo Barros, na Escola Estadual Imaculada Conceição, ficou entre os 8 projetos destaques premiados nas áreas de Ciências Exatas e da Terra.
O secretário Municipal de Educação de Manaus (Semed), Pauderney Avelino, disse que esta ação, por meio do PCE, de premiar mulheres e meninas na ciência estimula para que outros projetos também sejam desenvolvidos e objetos de estudo. “Tenho certeza que iniciativas como essas contribuem para o engrandecimento do nosso estado”, avaliou.
“O PCE é um programa muito importante no âmbito escolar, no qual conseguimos incentivar vários alunos na realização de pesquisas, e com isso instigamos sua criticidade. Hoje é um dia importante, porque nós mulheres exercemos diversas funções, mas nem sempre somos reconhecidas e valorizadas como deveríamos. Com esta premiação me sinto orgulhosa de ser mulher, mãe, professora e pela pesquisadora que me tornei”, disse.
Durante o projeto, foi feita análise do vinagre, com base nos padrões estabelecidos para serem comercializados no Brasil, um deles o teor de acidez, em três marcas de vinagres vendidas na tríplice fronteira Brasil, Peru e Colômbia do município, com intuito de identificar se os produtos atendem às normas estabelecidas ou se haviam passado por alterações. A atividade atraiu os alunos, despertando interesse para aulas de química.
“No PCE descobri o que é pesquisa e pude participar de uma muito importante para nossa região de tríplice de fronteira. Fico honrada pela pesquisadora e aluna que estou me tornando. No interior do Amazonas também fazemos ciência”, comemorou a estudante.
Projetos desenvolvidos
Para Kassia Lins, bolsista do projeto em 2019, participar da oportunidade foi gratificante e contribuiu de forma positiva na sua vida estudantil.
O projeto foi realizado no âmbito do PCE, edital 003/2019, com 45 alunos, do ensino fundamental II, da Escola Estadual Profª Leonilla Marinho, em Manaus.
Outro projeto desenvolvido também nas áreas de Ciências e Exatas e da Terra foi coordenado pela professora Kleid Melo, que para atrair a atenção dos alunos e deixar as aulas mais dinâmicas na disciplina de matemática, apostou na utilização de um aplicativo, o Kahoot, ferramenta de ensino gratuita que incentiva o aluno a estudar e também a competir, estimulando o conhecimento adquirido na sala de aula.
Dentre os projetos que se destacaram também está o desenvolvido pela professora Luana Lima nas áreas de linguística, letras e artes, que utilizou a música como instrumento inclusivo no ensino da língua inglesa. Desenvolvido na Escola Municipal Professor Waldir Garcia, zona centro-sul, o projeto buscou trazer novas metodologias para facilitar o aprendizado da língua, além de buscar a inclusão dos estudantes refugiados (haitianos e venezuelanos), bem como os estudantes brasileiros com dificuldade de aprendizagem no ensino da língua inglesa.
“Recebo esta premiação com muito orgulho, pois ela marca um ciclo de realizações profissionais na minha vida, e a dedico a todas as mulheres que precisam provar a capacidade do seu intelecto, principalmente em áreas majoritariamente masculinas, como é o caso da área de ciências exatas. Parabenizo a Fapeam pela iniciativa, pois vejo como um incentivo para que mulheres cientistas permaneçam na busca do reconhecimento e condições igualitárias “, pontuou a professora.
Na segunda-feira, 15 de março, a Fapeam lançará o edital do PCE Edição 2021. Uma oportunidade para professores da educação básica submeterem projetos de pesquisas a serem desenvolvidos no âmbito escolar.
Sobre o PCE
O PCE é um programa pioneiro no país, criado pela Fapeam e desenvolvido em parceria com a Seduc e a Semed. Em 2019, em edição especial, em comemoração aos 15 anos do Programa, a Edição de Ouro, recebeu novos incentivos como o aumento no número de projetos e o valor da bolsa para estudante que saiu de R$120,00 (em 2018) para R$150,00. Para professores a bolsa saltou de R$ 461 (em 2018) para R$560,00.