A Câmara Municipal de Manaus (CMM) deverá receber na próxima semana, mensagem do Executivo Municipal, propondo a criação do “Auxílio Conectividade”, no valor de R$ 70, destinado a professores da rede municipal de ensino, para ajudar nas despesas com pacote de dados móveis de internet.O anúncio foi feito pelo subsecretário de Infraestrutura e Logística da Secretaria Municipal de Educação (Semed), Marcelo Campbell, durante audiência pública virtual, realizada nesta sexta-feira (05/3) pela Comissão de Educação da Casa Legislativa.
Marcelo Campbell explicou que essa é uma medida necessária para auxiliar os professores nesse período de pandemia. “O projeto, que cria o benefício deve chegar à Câmara de Manaus na próxima semana, e esperamos com isso, colaborar para que os professores possam dar suas aulas, que continuarão a ser de forma remota”, falou o subsecretario confirmando que, por enquanto, não haverá retorno de aula presencial ou híbrida.
O subsecretário também adiantou, que a pasta está estudando a compra de aparelho celular para os alunos terem acesso às aulas. “Estamos em fase de estudo de parcerias, para entregar às famílias dos alunos um celular, para que eles possam ter acesso as aulas sem prejuízo pedagógico. Tudo está sendo feito com cuidado para que, quem receber este material, tenha cuidado e zelo, por se tratar de um patrimônio público”, detalhou Marcelo Campbell.
O anúncio do “Auxílio Conectividade” foi comemorado pelo presidente da Comissão de Educação da CMM, vereador professor Fransuá (PV). “Esse é um grande avanço para a nossa educação. Sabemos que essa pandemia da covid-19 prejudicou a todos, mudou hábitos e rotinas, e todo benefício voltado para a melhoria da educação e sua manutenção da melhor maneira possível, é fundamental neste momento”, disse.
Retorno de aulas presenciais
Alguns representantes da classe de professores, como o Cleber Ferreira, presidente do Sindicato dos Trabalhadores em Educação do Estado do Amazonas (Sinteam), afirmaram que a categoria é contra o retorno das aulas presenciais ou de forma híbrida. O sindicalista enfatizou que ainda existem riscos de contaminação e que nem professores, nem alunos estão protegidos contra a covid-19.
“Não tem possibilidade nem de aula híbrida, porque ainda há riscos. Essa nova variante do coronavírus ainda causa medo em todos e enquanto não houver um estudo técnico afirmando que é seguro o retorno das aulas presencialmente, é bom que se mantenha a aula remota”, afirmou.
A opinião foi compartilhada pelo pesquisador do Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (Inpa), Lucas Ferrante, que através de uma apresentação de dados na audiência, mostrou que o retorno das aulas ainda é inviável.
“Não é possível ter aulas presenciais enquanto não tiver vacinação em massa de pelo menos 70% da população nos próximos dois meses. Fora que ainda existem estudos, iniciados recentemente sobre a nova variante da covid-19, a P1, que ainda precisa ser divulgado, para então sabermos as medidas de segurança que precisam mudar com essa nova ameaça”, explicou.
Também participaram audiência, representantes do Ministério Público do Trabalho (MPT), Sindicato dos Professores e Pedagogos das Escolas Públicas do Ensino Básico de Manaus (Asprom Sindical), União Brasileira dos Estudantes Secundaristas (UBES), Secretaria Municipal de Saúde (Semsa), Conselho Municipal de Educação (CME), além dos vereadores Joelson Silva (Patriota) e professora Jacqueline (Podemos).
Texto: Tiago Ferreira – Dircom/CMM
Foto: Robervaldo Rocha – Dircom/CMM