A reunião do Secretário de Fazenda do Amazonas (Sefaz), Alex Del Giglio, com os deputados estaduais na Assembleia Legislativa do Amazonas (Aleam), na manhã desta quarta-feira (10), deixou o deputado estadual Wilker Barreto (PHS) abismado com os números negativos do Estado.
Com gráficos baseados na evolução do desequilíbrio da despesa total com a folha salarial do Governo do Amazonas que indica o aumento de R$ 590 milhões acima do limite prudencial, o que fere a Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF), Wilker afirmou que o inchaço com o gasto de pessoal e a falta de medidas de austeridade vai quebrar as finanças do Amazonas.
“Estou preocupado com aquilo que venho alertando há meses: O Estado não faz gestão, não há reforma administrativa e temos um pacote de maldade para os servidores. O Governo quebrou a folha em quase R$ 600 milhões por quadrimestre e não é justo o servidor ser o grande vilão. Há uma grande preocupação com o pagamento dos servidores do Estado, que podem até não receber normalmente. É extremamente preocupante”, explicou.
De acordo com o parlamentar de oposição, o secretário da Sefaz, assim como governador, não se atentaram para os números e prometeram realizar pagamentos sem ter dinheiro em caixa. “A matemática era simples. Reordenar a folha, revisar contratados da Susam e acabar com os grupos de trabalhos como os da Seduc, criados neste governo. São tantas medidas que deveriam ter sido tomadas, mas não se preocuparam. A receita do primeiro quadrimestre de 2019 foi maior que o mesmo período de 2018. Essa despesas dispararam”, alertou.
Wilker ainda frisou que uma das mensagens mais preocupantes do Governo que chegaram à Aleam foi a de número 84, que veda a concessão de vantagem, aumento, reajuste ou adequação de remuneração a qualquer título até 2021 e será votada pelos 24 deputados na próxima sexta-feira (12). “É fazer com que o servidor público pague por um erro do Estado, é sacrificar e jogar a responsabilidade para o servidor”, frisou deputado.
FTI
Ainda após a reunião, Wilker frisou que uma denúncia feita no dia 30 de maio foi finalmente reconhecida pelo estado: que dos R$37 milhões que deveriam ser repassados ao interior do Amazonas pelo FTI (Fundo de Fomento ao Turismo, Infraestrutura, Serviços e Interiorização do Desenvolvimento do Amazonas) apenas R$27 milhões tiveram seu destino proposto. Um total de R$10 milhões ficaram de fora. “Precisamos chegar ao consenso de aumentar o FTI para a utilização na saúde, ele deve ser reposicionado e não ser usado para custeio de pessoal. O primo pobre, que é o interior, não pode continuar sofrendo”.
Diante das mensagens que chegaram do Governo, o deputado Wilker Barreto afirmou que o posicionamento da gestão gera dúvidas, insegurança e não contem o principal, que é o reajuste de contratos. Segundo ele, a falta de medidas de austeridades e estudo de impacto estão levando o Amazonas para o caos financeiro, gerando devastação em todas as áreas.
“Não precisa ser um especialista para detectar os vários problemas desta gestão, pois estão caminhando no escuro. Só de contrato emergencial na Seduc já são mais de R$100 milhões e os cofres não aguentam isso, em algum momento a conta é cobrada. Infelizmente, em sete meses de governo, já estamos sentindo na pele a falta de gestão e as coisas começarão a piorar. O servidor público vai sentir, os hospitais vão ser impactados, a educação será atingida, a segurança também e, assim, entraremos em colapso”, finalizou.
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Foto: Joel Arthur/Aleam