Até o final do plano, que entrou em operação em janeiro de 2021, espera-se ter um total de 74 miniusinas independentes em funcionamento na rede hospitalar do estado, a maioria delas em 30 municípios do interior.
Há 25 minutos
Por Agência Amazonas
Miniusina geradora de oxigênio auxilia demanda pelo insumo em unidades de saúde do Amazonas – Foto: Arthur Castro/SecomO Amazonas já tem 31 usinas geradoras de oxigênio medicinal em operação em hospitais, com produção independente de 15,8 mil metros cúbicos por dia. A estratégia de implantar as miniusinas, que funcionam como geradores independentes em hospitais, faz parte do plano de contingência do Governo do Estado e Governo Federal para aumentar a oferta do insumo na rede de saúde da capital e do interior durante a pandemia do novo coronavírus.
No pico da pandemia, em janeiro, o consumo de oxigênio nos hospitais do Estado chegou a 86 mil metros cúbicos diários, enquanto a capacidade de produção local da White Martins, que fornece o gás medicinal para o Governo do Estado, é de 25 mil metros cúbicos/dia.
Além das 31 usinas já em operação em todo o estado, outras 14 usinas estão em trânsito para instalação no interior e 29 em processo de aquisição para interior e capital. Quando estiverem em funcionamento, as 74 juntas vão ter produção diária de 35,4 mil metros cúbicos/dia. Atualmente, o consumo está entre 40 mil a 45 mil metros cúbicos/dia.
Legado para rede hospitalar
O secretário de Estado de Saúde, Marcellus Campêlo, avalia que os equipamentos ficarão como legado e irão auxiliar na autonomia de oxigênio, principalmente dos hospitais do interior, que em sua maioria são abastecidos pelo Governo do Estado com o produto armazenado em cilindros.
Para garantir que não faltasse oxigênio nas unidades, o Comitê Integrado pelos dois níveis de governo criou uma rota com apoio do Ministério da Defesa, por meio da Força Aérea Brasileira (FAB) e Ministério dos Transportes, para trazer o insumo doado e das plantas da empresa em outras partes do Brasil, por via aérea, fluvial e terrestre. A força-tarefa envolveu ainda a Defesa Civil do Estado.
“Podemos garantir que a rede está mais preparada para eventuais picos. Temos usinas instaladas e equipes mais treinadas. Trabalhamos com um plano de contingência e planejamento, mas tivemos a surpresa da variante (variante P.1 do novo coronavírus) que se espalhou e contaminou muito rapidamente a população”, disse.
Marcellus observa ainda que, com os investimentos feitos na rede de gases, o estado está mais preparado para enfrentar a pandemia.
A Fundação Centro de Controle de Oncologia do Amazonas (FCecon) e Fundação de Medicina Tropical Dr. Heitor Vieira Dourado (FMT-HDV) também operam com uma usina cada.
Estado já conta com 31 equipamentos em funcionamento em hospitais – Foto: Rodrigo Santos/SES-AMMiniusinas instaladas
Na capital, 16 usinas estão em funcionamento, sendo uma em cada um dos Hospitais e Prontos-Socorros (HPS) Platão Araújo, 28 de Agosto e João Lúcio. Hospital Universitário Getúlio Vargas, Hospital Francisca Mendes, Serviço de Pronto Atendimento (SPA) José Lins, Maternidade Azilda Marreiro e Instituto da Criança.
Usinas de oxigênio instaladas em unidades de saúde do Amazonas – Fotos: Divulgação/SecomDiminuição da dependência
Com o aumento das internações para tratamento da Covid-19, entre o final de dezembro e as duas primeiras semanas de janeiro, nas redes pública e privada de saúde, o consumo de oxigênio diário passou de, em média, 30 mil para 86 mil metros cúbicos.
Já os hospitais Delphina Aziz, Nilton Lins, Beneficente Português e Adventista possuem duas unidades geradoras cada. No interior do estado, os municípios de Autazes, Coari, Humaitá, Manacapuru, Nova Olinda do Norte, Tefé e Tabatinga possuem uma usina cada. Maués e Parintins possuem duas usinas cada, e Itacoatiara possui três usinas geradoras.
“O Ministério da Saúde adquiriu algumas usinas e está ajudando, principalmente, no transporte junto ao Ministério da Defesa. As instalações estão sendo executadas pelo Governo do Estado”, afirmou o engenheiro civil do Ministério da Saúde, Antonio Carvalho.
As usinas são aquisições do Governo do Amazonas, do Ministério da Saúde (MS), das prefeituras municipais e doações de empresas e da sociedade civil. O Governo do Estado investiu na aquisição de 30 usinas para diminuir a dependência dos municípios.
“Nas unidades que possuem central de gases medicinais, onde as usinas foram instaladas, houve a redução na frequência de abastecimento de oxigênio líquido e a troca frequente de cilindros. Possibilitou ainda a abertura de novos leitos devido ao fornecimento constante do insumo”, afirmou.
Segundo o engenheiro, as usinas produzem o oxigênio sem a necessidade de operadores, e está em estudo a compra de equipamentos que irão abastecer os cilindros, dispensando o transporte das balas da capital para o interior.
“Hoje, nenhuma supre completamente o consumo das unidades. A maior dificuldade é em relação às unidades do interior, que ainda dependerão de logística de envio de cilindros. Estão sendo realizados contratos de manutenção e avaliação do custo da energia elétrica utilizada na produção do oxigênio para posterior análise em relação aos custos finais”, disse.
O representante do MS disse que todo o insumo produzido nas usinas está sendo consumido nas unidades de saúde.