Os estudos realizados pelo grupo de Pesquisa em Economia Industrial, Internacional e da Tecnologia (GETIT), coordenado pelo docente Mauro Vieira Sá e ligado à Faculdade de Estudos Sociais da Universidade Federal do Amazonas (FES/Ufam), serviu de fonte para publicação na Folha de São Paulo. A matéria, disponível desde a última segunda-feira, 15 de fevereiro, no site do Jornal, trata da aproximação comercial do Brasil e da Ásia.
Na publicação, o professor Mauro Vieira Sá explicou a relação comercial entre o Brasil e a China no que se refere aos produtos industrializados, a partir de dados da Unctad (agência da ONU para comércio e desenvolvimento). O docente trouxe três pontos que fazem com que a China consiga diversificar suas atividades comerciais e mantenha os preços competitivos. Os pontos são: tamanho da população, produção em larga escala e desenvolvimento industrial.
Para o site da Ufam, o docente detalhou o porquê de o Brasil ter dificuldade em exportar produtos industrializados se comparado com a China. “A China teve e continua tendo postura proativa mediante seus planos quinquenais, fazendo valer a escala que seu mercado interno propicia e elevado esforço doméstico de captura tecnológica com exigências de transferência de tecnologia das empresas estrangeiras que lá se instalavam. No Brasil, o governo central não tem sido efetivo na promoção de uma política industrial com captura tecnológica e avanços educacionais concomitantes. Daí a inserção internacional chinesa, a partir de seus próprios objetivos, empurrar a pauta de exportações brasileiras para um reprimarização: a China faz valer seus intentos abocanhando fatias do mercado conforme seus intentos, enquanto, por inação de duas autoridades e falta de planejamento, o Brasil apenas se acomoda a essa situação”, detalhou o docente.
O professor lembrou também da relevância de grupos de pesquisa como o GETIT acompanhar essas movimentações do mercado. “É importante, principalmente, porque determinadas mudanças ou mesmo a continuidade de dada situação podem ensejar mudanças estruturais econômicas e sociais ou sedimentar um contexto vigente. Tais mudanças podem ser boas ou ruins, bem como pode-se sedimentar uma situação adversa, de estagnação ou até favorável ao desenvolvimento socioeconômico.”, finalizou.