Em parceria com o Hospital Sírio Libanês, a ação do Programa Saúde Amazonas leva atendimento ágil e humanizado à população
Já imaginou entrar em um hospital e ser recepcionado e conduzido até o consultório médico, posto de exames e medicação? Essa é a missão dos fluxistas, figura que passa a fazer parte da rotina diária dos três grandes Hospitais e Prontos-Socorros (HPS’s) da Secretaria de Estado de Saúde (SES-AM), no Amazonas. A ação, implantada pelo Programa Saúde Amazonas, pretende reduzir a superlotação nos HPSs e levar atendimento ágil e humanizado à população.
A estratégia é executada nos HPSs 28 de Agosto, Platão Araújo e João Lúcio, por meio do Projeto Lean nas Emergências, que está em implantação nos prontos-socorros da rede estadual de Manaus, em parceria com o Ministério da Saúde e o Hospital Sírio Libanês.
O fluxista, papel desempenhado no HPS 28 de Agosto pela enfermeira Maria do Socorro Tinoco, controla e monitora os tempos e as pendências de cada paciente no setor, fazendo com que o tempo de permanência desses pacientes seja o menor possível e que sejam atendidos com qualidade e segurança.
“Nosso papel durante o fluxo é orientar o paciente. Como nossa demanda é muito assim de idoso, pacientes hipertensos, é bom o fluxista estar lá na hora para auxiliar e dar uma orientação. O fluxista ajuda o paciente na hora de encaminhar o paciente ao consultório, encaminhar para fazer os exames e, no caso do retorno dele, também orientá-lo para voltar com esse médico”, detalhou a enfermeira.
Agilidade aprovada – Atendido com a nova estratégia, Alan Pedroso, 31 anos deu entrada com dores no peito e uma pulseira amarela, avaliação que requer atenção. O paciente foi atendido pelo médico, realizou uma tomografia do tórax, recebeu o resultado, retornou ao médico e tomou a medicação necessária. Tudo isso entre as 13h e as 15h da última sexta-feira (13/11), ou seja, em pouco menos de 2 horas de atendimento no HPS 28 de Agosto.
Satisfeito com a agilidade no atendimento, Alan destacou o papel do fluxista no serviço de saúde. Para ele a principal melhoria, além do tempo de atendimento, é a correta orientação e a humanização no trato com o paciente.
“Antigamente as pessoas não atendiam tão bem os pacientes, aquelas pessoas que ficavam aqui e ficavam sem informações. Agora não. Tem pessoas que informam para onde tem que ir, como é o atendimento, essas coisas assim”, disse.
O mesmo ocorreu com a idosa Francisca Serrão, 64, que adentrou a unidade em um pico de pressão alta e queixas oftalmológicas. Devido a idade e a pressão o atendimento, que segue o Protocolo de Manchester, foi realizado em 30 minutos. Nesse período, segundo relata o esposo, Elson Araújo, 61, Francisca foi atendida por dois especialistas médicos, medicada e liberada para continuar o tratamento ambulatorial.
“O atendimento em geral é bacana, mesmo. Já foi atendida rapidinho. Foi bem moleza. Excelente. E realmente está muito bom. Já tomou medicação, tomou o remédio para pressão e foi atendida com o oftalmologista”, elogiou o acompanhante.
Protocolo de Manchester – A prioridade no atendimento nos HPS’s segue o Protocolo de Manchester, aplicado internacionalmente em unidades de saúde.
Já na sala de triagem dos HPSs, conforme os protocolos, os pacientes são classificados em cinco níveis separados por cores. Partindo do mais grave, o paciente com protocolo vermelho precisa ser atendido imediatamente. Ele deve ser levado para urgência ou emergência. Geralmente são pacientes que chegam de ambulância ou ainda com a ajuda de um familiar.
A cor laranja classifica que o paciente deve ir para a emergência, mas ainda tem uma condição de manejo onde pode ser atendido num setor intermediário da unidade. Entre os casos mais comuns: dor no peito, arritmia.
O protocolo ainda classifica os pacientes na cor amarela, que segundo o médico são casos podem ser atendidos em consultório ou ambulatório, como uma pressão alterada, uma febre, diarreia ou vômito.
Por fim, o Protocolo de Manchester indica que os pacientes com classificação verde são casos menos graves que podem aguardar até duas horas. São casos ambulatoriais e sem gravidade em que a equipe médica não nega atendimento, mas que não se trata de uma prioridade, e poderia estar sendo assistido em uma Unidade Básica de Saúde (UBS).