Coordenação da Área de Família da Defensoria Pública do Estado recebeu pais e mães, nesta sexta-feira (6), para palestras na sede da instituição
“A gente já se desentendeu muito. Não quero mais ficar me desentendendo com ele”, disse a professora Ana Rita da Silva Pinheiro, 37, ao participar da edição do Projeto Filhos para Sempre nesta sexta-feira (6), no anexo da sede da Defensoria Pública do Estado do Amazonas (DPE-AM), na avenida André Araújo, bairro Aleixo, zona centro-sul de Manaus. Ana Rita se referia ao ex-companheiro, o também professor Genevaldo Gomes Alves, 34, que também compareceu à DPE-AM. Ambos têm uma filha de 3 anos.
Realizado pela Coordenação da Área de Família, o projeto reúne mães e pais atendidos pela Defensoria, em processo de divórcio, em um bate-papo, visando a orientação jurídica e a solução de conflitos por meio da mediação a fim de garantir o bem-estar dos filhos e filhas.
Ana Rita e Genevaldo estão sendo atendidos pela Defensoria em um processo de regularização de pensão alimentícia e tentam também entrar em acordo sobre a guarda da filha Geovana, de 3 anos de idade. “É bom porque as pessoas têm essa coisa do achismo e, às vezes, o que acham não é o que está escrito sobre os direitos das crianças. Também acho positivo para fortalecer os vínculos com as crianças e para os pais entenderem que os conflitos não devem acontecer, pelo bem das crianças”, disse Ana Rita.
Os dois professores têm uma audiência marcada para o dia 13 de janeiro e as informações e orientações do projeto Filhos para Sempre podem auxiliar na resolução de possíveis conflitos e definição de um acordo. “Estou achando muito positivo. Nem sempre a separação é bem aceita e estou aprendendo um pouco. Não sabia que a guarda compartilhada é que é a regra geral. Achava que a guarda ficava sempre com a mãe. Gostei muito de saber, sempre quis a guarda compartilhada”, afirmou Genevaldo.
Participaram desta edição as defensoras Carol Carvalho e Petra Sofia e o defensor Helom Nunes. O número de participantes foi limitado e foram adotados todos os procedimentos de segurança para minimizar os riscos de contaminação por Covid-19, como o uso de máscaras, aferição de temperatura, distanciamento e utilização de álcool em gel para higienizar as mãos.
O projeto preconiza que o fim de um casamento não decreta o rompimento dos laços de afetividade com filhos e filhas e trata de aspectos gerais sobre o momento do divórcio. Sempre pensando no interesse da criança, de manutenção do vínculo afetivo, tanto com o pai quanto com a mãe.
A coordenadora da Área de Família, defensora Carol Carvalho, fez a abertura do evento por videochamada e explicou aos participantes a proposta do projeto Filhos Para Sempre. Em seguida, o defensor Helom Nunes falou da convivência com os pais e mães como um direito das crianças e explicou as fases do divórcio, a guarda compartilhada e possíveis desgastes emocionais para filhos e filhas nos casos em que há conflitos entre os pais na separação do casal. “Os pais, os dois, pai e mãe, precisam continuar responsáveis pela agenda da criança, pela vida da criança”, disse o defensor, ao abordar a guarda compartilhada.
A defensora Petra Sofia abordou temas como a alienação parental – manipulação psicológica de uma criança em mostrar medo, desrespeito ou hostilidade injustificados em relação ao pai ou mãe e/ou a outros membros da família. A defensora também apresentou orientações sobre vínculo afetivo, comunicação não violenta e ferramentas para alcançar um resultado positivo na mediação de conflitos familiares.
O projeto ainda prevê a aplicação de exercícios simples, atividades junto com pais e mães sobre esses temas, com a exibição de vídeos educativos.
A próxima edição do Filhos para Sempre está marcada para o dia 19 de novembro, quinta-feira.