O Sistema Único de Saúde (SUS) garante a pacientes oncológicos a realização de reconstrução mamária durante o procedimento da retirada do tumor, se houver indicação médica e clínica, por meio da lei 12.802/2013.
Uma das pacientes beneficiadas pela lei foi a vendedora Madalena Lobato, 43, que, na hora da mastectomia, também teve a mama reconstruída na Fundação Centro de Controle de Oncologia do Estado do Amazonas (FCecon).
“Eu sou muito grata ao SUS, sim. Eu costumo falar que não sinto inveja de quem tem plano de saúde porque eu já passei por quatro cirurgias na FCecon e eu fui muito bem tratada”, afirmou a paciente.
Madalena, que está na fase do tratamento de hormonioterapia, conta que não esperava realizar a reconstrução de imediato, mas após uma reavaliação médica foi dada a alternativa.
“Passou pela minha cabeça como eu iria viver sem meu seio porque o nosso seio faz parte da nossa vaidade, da vaidade do nosso corpo. […] Dra. Hilca perguntou minha idade, o tipo de câncer que eu estava e falou que se eu tivesse uma prótese, que fosse do tamanho do meu (seio), se eu aceitava a reconstrução no ato da retirada”, disse a vendedora.
Procedimento – A FCecon realizou 22 reconstruções mamárias em pacientes, somente em 2020, e não há fila de espera para o procedimento. O cirurgião plástico, Roberto Pereira, explica que existem critérios para que as cirurgias aconteçam.
“Não é qualquer mulher que faz o tratamento do câncer de mama, a retirada total da mama – a mastectomia – ou a retirada de um setor da mama, que pode fazer a reconstrução. Existem critérios que são: o tipo do tumor, o tamanho do tumor e se esse tumor provoca ou já provocou metástases à distância, ou seja, já mandou células malignas para outro local do organismo”, esclareceu.
O cirurgião ressalta que, na FCecon, todos os métodos de reconstrução aceitos pela comunidade científica são feitos, com a utilização de técnicas de reconstrução mamária tanto imediata quanto tardia, entre outras. “Existe a técnica que utiliza uma ilha cutânea com músculo grande dorsal; a técnica que utiliza uma ilha cutânea presa aos músculos reto-abdominais, que fornecem a vascularização; a técnica com expansor cutâneo e depois, troca por implante mamário e a técnica do retalho dermomuscular, que só é utilizada para reconstrução imediata”, especificou.