O secretário de Estado de Saúde, Marcellus Campêlo, apresentou, nesta quinta-feira (29/10), à Comissão de Saúde da Assembleia Legislativa do Amazonas (ALE-AM) o plano de organização da rede estadual de saúde para atendimento de pacientes com Covid-19. O plano define medidas para reorganizar os serviços de saúde durante o período sazonal das Síndromes Respiratórias Agudas Graves (Srag), que acontece entre novembro e junho, no Amazonas.
Por meio do plano, já em operação, o Governo do Amazonas está ampliando leitos no Hospital Delphina Aziz e na rede complementar para Covid-19. Além disso, a Secretaria de Estado de Saúde (SES-AM) está reorganizando a rede para reduzir o número de internados por outras causas, fazendo girar os leitos para novas internações, tendo em vista o aumento de hospitalizações por Covid-19 na rede pública e as demandas comuns da urgência e emergência.
O secretário de Saúde destacou a importância de compartilhamento das ações, lembrando que o plano já foi apresentado ao Comitê de Enfrentamento da Covid-19 do Governo do Estado e a outros segmentos da sociedade, mas que está aberto a sugestões.
“Para nós é de máxima importância que todos participem, façam suas críticas e sugestões, pois o plano é flexível. Conforme nós vamos executando, precisamos ser resilientes a ponto de mudar, ao reconhecer que precisa ajustar alguma coisa. É importante que todos participem, olhem o plano, façam críticas e façam sugestões”, disse Marcellus, ao ressaltar que, ainda na minuta, o plano foi apreciado pelos órgãos de controle com sugestões incorporadas.
Plano de Contingência – Desde a semana passada, o Governo do Amazonas colocou em operação o Plano de Contingência organizado para o enfrentamento do crescimento dos casos de Covid-19, a partir de novembro, quando as doenças respiratórias costumam aumentar. A antecipação do período chuvoso que coincide com o aumento das doenças respiratórias, bem como o aumento de casos de Covid-19 e as internações fizeram com que o Governo também antecipasse as ações previstas para acontecer em cinco fases, entre novembro e maio.
Entre as medidas está a ampliação de leitos, nas unidades de referência, para internação de pacientes com Covid-19 sempre que as taxas de ocupação de UTI alcançarem 75% . Está em operação a fase um, na qual o Governo está implantando mais 40 leitos de UTI para Covid-19, 30 deles no Hospital de referência Delphina Aziz. A meta, nessa fase inicial, é aumentar em 26% a oferta de leitos de UTI na rede estadual, passando de 120 para 160.
Para isso, o Governo do Estado conta com suporte do Ministério da Saúde, que já enviou 30 respiradores. Ao mesmo tempo, o Governo está transferindo do Delphina Aziz pacientes de UTI que não têm mais o vírus ativo e que precisam tratar apenas as sequelas da Covid-19.
Em outra empreitada, os três principais prontos-socorros de Manaus estão realizando cirurgias ortopédicas, no período noturno, para desafogar a urgência e emergência. A meta é desospitalizar, em 30 dias, 180 pacientes que aguardam cirurgias ortopédicas nas três unidades. Outra medida é a remoção de pacientes com problemas vasculares e das vias biliares para cirurgias e tratamento em outros hospitais da rede pública e conveniada.
A diretora presidente da Fundação de Vigilância em Saúde (FVS), Rosemary Costa Pinto, informou que o Estado mantém testagem de pacientes nas unidades e o serviço exclusivo para testar profissionais de saúde também continua ativo. O Estado aguarda a chegada de uma remessa de 300 mil testes RT-PCR, do Ministério da Saúde, para ampliar a capacidade de testagem da rede pública.
Além dos membros da Comissão, participaram da audiência virtual representantes de empresas médicas; o presidente do Sindicato dos Médicos do Amazonas, Mário Viana; e a subsecretária Municipal de Saúde, Adriana Elias.