A fisioterapia nas diferentes etapas do tratamento de câncer é um grande auxílio na recuperação de pacientes atendidos pela Fundação Centro de Controle de Oncologia do Estado do Amazonas (FCecon), unidade da Secretaria de Estado de Saúde (SES-AM). De janeiro a setembro deste ano, o setor de fisioterapia, na Fcecon, atendeu 1.217 pessoas, totalizando 8.263 procedimentos.
Para as pacientes em tratamento de câncer de mama, o trabalho da equipe de fisioterapeutas da FCecon ajuda não só na recuperação, como também na prevenção de complicações da doença.
A fisioterapeuta Ana Loureiro explica que um dos principais papeis da fisioterapia é ajudar na recuperação dos movimentos dos membros próximos à cirurgia, que são afetados após a mastectomia (procedimento para a remoção da mama).
“Essa população (de pacientes) tem um grande sofrimento funcional após a mastectomia e a fisioterapia consegue resolver toda a funcionalidade e melhorar o cotidiano dessa mulher, tanto para atividades diárias quanto para atividades instrumentais”, explica Ana.
A chefe do Serviço de Fisioterapia da FCecon, Patrícia Chagas, afirma que o atendimento na fundação se divide em pré-operatório e pós-operatório, tornando a reabilitação mais abrangente e a recuperação mais rápida e bem-sucedida.
“Nós instituímos, no serviço, que essas pacientes cheguem na fisioterapia, no pré-operatório. Com isso, a gente consegue avaliar se ela já tem alguma complicação funcional antes da cirurgia, pois isso vai interferir no pós-operatório, e conseguimos fazer as primeiras orientações para o pós-operatório imediato”.
Orientações – As primeiras orientações são relacionadas aos exercícios, alongamentos, terapias, que precisam ser feitos após a cirurgia, assim como os movimentos que devem ser evitados logo após a cirurgia.
Logo após a cirurgia, a paciente recebe um novo reforço das orientações das profissionais de fisioterapia e após a alta e retirada dos pontos, ela retorna para o ambulatório do serviço. Patrícia ressalta que, após a cirurgia, há um tempo ideal para que a paciente retorne, geralmente, 15 dias após a mastectomia.
“Quando a gente recebe a paciente logo nesse pós-operatório imediato, a gente consegue evitar várias complicações funcionais. Quando a paciente não vem para o serviço de fisioterapia, e algumas sequelas se instalam, a gente tem um pouco mais de dificuldade para reverter”, destaca Patrícia.
Recuperadas – A enfermeira Cláudia Azevedo, de 46 anos, é uma das pacientes atendidas no Ambulatório de Fisioterapia da FCecon. Ela, que operou no dia 10 de março de 2020, atualmente não tem nenhuma limitação de movimento.
“Cheguei na fisioterapia com muitas dores e até limitações de movimento no pós-operatório. Comecei fazer a fisioterapia e, graças a Deus, hoje consigo fazer todos os movimentos no meu braço, não tenho restrição, posso colocar ele em qualquer posição”, conta Cláudia.
Outra paciente que recupera a amplitude do braço, após o início da fisioterapia, é a enfermeira Oracina Maciel, de 52 anos. Ela foi operada no dia 15 de julho e uma semana depois, já iniciou o atendimento.
“No pós-operatório, a amplitude do braço era zero. Eu tive muita dificuldade e a fisioterapia foi essencial na minha recuperação. Em menos de 30 dias, eu já elevava meu braço acima da minha cabeça, que é uma das dificuldades que as pessoas têm quando fazem a mastectomia”, lembra a enfermeira.