O deputado estadual Serafim Corrêa (PSB) disse que é necessária a implantação imediata da lei do Sistema Único de Saúde (SUS) no Amazonas para acabar com a onda de corrupção na Saúde. A afirmação foi feita após o cumprimento de cinco mandados de prisão, emitidos pelo Superior Tribunal de Justiça (STJ), de pessoas ligadas ao governo, na segunda fase da operação Sangria, da Polícia Federal, nesta quinta-feira (8).
“Hoje, mais uma vez, a Polícia Federal está nas ruas de Manaus para cumprir determinações do STJ. Registro isso não com alegria, mas com tristeza. Verificamos que as coisas continuam andando de forma equivocada. Aquele diagnóstico da CPI elucidou as questões. Não tivemos tempo para avançar mais na apuração das responsabilidades, mas ali, já tínhamos o mapa da mina”, pontuou.
O deputado, membro da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Saúde da Assembleia Legislativa do Amazonas (Aleam), juntamente com os deputados Delegado Péricles (PSL), Dr. Gomes (PSC), Fausto Júnior (PRTB) e Wilker Barreto (Podemos), afirmou que o trabalho da Comissão não foi uma caça às bruxas ao governo, mas serviu para mostrar o que estava errado e precisa ser corrigido.
“Espero, e isso é algo que eu digo aqui desde 2015, é que o governo do Estado tenha sensibilidade para respeitar a lei do SUS (Sistema Único de Saúde). Se nós seguirmos a lei do SUS, e nós não seguimos há 30 anos, vamos encontrar os melhores caminhos”, defendeu.
Serafim ainda disse que não faz sentido os municípios do Amazonas não terem acesso ao Sisreg, sistema de gerenciamento que permite inclusão de consultas e cirurgias pelo SUS.
“O cidadão vai a uma UBS. O médico diz que ele necessita de uma cirurgia de vista, catarata ou vesícula, por exemplo, mas ele não entra no Sisreg. Aí ele vai para o sistema do Estado e lá tem que se submeter a uma nova consulta, ou seja, o gasto é dobrado. Com isso, perdem todos. Perde o Estado e, principalmente, o cidadão”, lamentou.
O líder do PSB na Casa Legislativa fez um apelo ao governador do Estado para que cumpra a lei e implante de forma abrangente o SUS no Estado.
“O apelo que faço é que diante de tantas lições, caia a ficha do governo e que, com trinta anos de atraso, comecemos a cumprir a lei do SUS, que dá todos os caminhos de se evitar isso que estamos assistindo, o que é totalmente lamentável, gera problemas de todas as ordens, principalmente na relação externa. Como o governador vai conversar com o ministro da Saúde agora?”, questionou.
O parlamentar ainda disse que é lamentável que a CPI tenha sido vista como oposição ao governo, quando na verdade se atentou em detectar irregularidades na administração pública com o objetivo de corrigi-las.
“Tudo isso é muito grave. Aumenta a nossa responsabilidade com o futuro que é o legado para os novos que estão chegando, que estão na universidade e no serviço público. Isso é constrangedor, decepcionante. Necessário que isso acontecesse para cair a ficha do governo, porque dois anos depois ainda não caiu a ficha do governo. Os fatos que a CPI levantou, agora a Procuradoria da República e o STJ entenderam perfeitamente que aquilo é sério mesmo. Estão dando sequência naquilo que a CPI não podia fazer. Há necessidade de todos nós ficarmos atentos para as nossas responsabilidades”, concluiu.
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