Os produtores do setor de pescado do Distrito de Itapeaçu, no município de Urucurituba (distante 208 km em linha reta de Manaus), por meio da Diretoria da Federação dos Trabalhadores da Pesca e Aquicultura do Estado do Amazonas, realizaram, neste sábado (1), o ato de fundação da Colônia de Pescadores e Aquicultores Z-101. A Federação congrega atualmente 41 entidades, entre elas, Sindicatos, Colônias e Associações. O deputado Sinésio Campos (PT) participou do evento, a convite da diretoria da Federação, e firmou reconhecer a importância dos trabalhadores do setor para alavancar a economia local e regional.
Na solenidade houve a posse do presidente da nova Colônia, Eloi Pereira, e da diretoria, com a aprovação dos pescadores e pescadoras do Distrito. O evento também teve as presenças da Presidenta, em exercício, da Colônia de Pescadores Z-13 de Itacoatiara, Jessica Fernandes; do Presidente da Colônia de Pescadores Z-50 de Silves, Manuel Bulcão; do Presidente do Sindicato dos Pescadores de Manaquiri, Joceni Oliveira e do Vereador Neguinho do Município de Itacoatiara.
No ato, o deputado Sinésio Campos, defendeu a necessidade de apoio dos Governos do Estado e Federal para que o pós-pandemia seja um período de retomada das ações que visem o desenvolvimento das cadeias produtivas da pesca e principalmente do incentivo à comercialização do pescado. Na condição de presidente da Comissão de Geodiversidade, Recursos Hídricos, Minas, Gás, Energia e Saneamento da Assembleia Legislativa do Estado (Aleam), parabenizou a categoria e agradeceu o convite feito pelo presidente da Federação, João Vieira Silva (Negão), e da diretoria da entidade.
O parlamentar também ressaltou que o Amazonas é o Estado que lidera a aquisição de pescado para consumo (13,99 kg/ano), numa comparação com todos os Estados brasileiros, cuja média é 2,796 kg. Embora esse consumo venha caindo ao longo dos anos, a população ainda é grande consumidora de peixes. Mas apesar de o Estado apresentar o maior consumo de peixe no Brasil, vem apresentando uma grande queda na produção de peixes. De acordo com dados da Associação Brasileira de Piscicultura, o Estado teve uma queda de 12.730 toneladas na produção de peixes em 2018. Com a queda na produção, o Amazonas caiu dez posições e agora é o 18º no ranking de produção de peixes do país.
Em relação à produção do pescado, há vários anos o Amazonas não possui dados estatísticos sobre a produção pesqueira no Estado. De acordo com a Secretaria Executiva de Pesca e Aquicultura (Sepa), vinculada à Secretaria de Produção Rural do Amazonas (Sepror), o órgão está trabalhando para implementar a realização desse levantamento, que está parado há vários anos. O ex-Superintendente da Pesca no Amazonas, o Raimundo Nonato (Nato da Pesca) disse que a última estatística foi feita em 2014. “Precisamos revigorar instituições ligadas ao setor para o desenvolvimento do Estado, além de recolocar o Amazonas na vanguarda do fomento e desenvolvimento para a cadeia produtiva do pescado. Precisamos promover o crescimento competitivo do segmento da cadeia produtiva da pesca e da aquicultura, visando o desenvolvimento socioeconômico, o equilíbrio do meio ambiente e o bem-estar da sociedade, defende Sinésio Campos.”
O deputado lembrou ainda que todos querem a comida sobre a mesa. Mas não conhecem o sofrimento nas cabeceiras dos rios de quem vive da pesca. Neste sentido, a Colônia, bem como a Federação vem para cuidar do desenvolvimento da pesca artesanal e da aquicultura. Atualmente grande parte do pescado, que abastece Manaus, vem de outros estados. “Para mudar isso precisamos de um grande projeto. Como deputado, estamos nos colocando à disposição para participar desse projeto. A contribuição pode vir por meio de defesa do setor na tribuna e emendas parlamentares, por meio da Aleam, destinadas ao setor. “Contudo, defendo que o grande projeto está na instalação de indústrias de enlatados no Amazonas. Desde 1982 o Instituto de Pesquisa do Amazonas (Inpa) tem pesquisas para processar o jaraqui em conserva. Temos de valorizar a qualidade do nosso peixe. Por que importamos sardinha enlatada de outros estados quando temos peixe em abundância?”, concluiu.
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