Os membros da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Saúde ouviram nesta quarta-feira, 15, o presidente da Agência Amazonense de Desenvolvimento Econômico, Social e Ambiental (Aadesam), Bráulio da Silva Lima, para saber detalhes do projeto Anjos da Saúde, que custou R$ 6 milhões aos cofres públicos. Após um depoimento repleto de contradições e respostas desconexas do gestor, o deputado estadual Wilker Barreto (Podemos) apresentou um requerimento solicitando que o Tribunal de Contas do Estado (TCE-AM) faça uma inspeção, em caráter de urgência, no contrato do projeto, idealizado pela Secretaria de Estado de Saúde (Susam) e executado pela Aadesam.
A matéria, aprovada pela CPI, pede uma auditoria do órgão de controle no projeto básico do Anjos da Saúde, que oferece serviços de atendimento humanizado nas unidades de saúde do Amazonas. Para Barreto, a oitiva do presidente Bráulio não esclareceu os questionamentos dos titulares da CPI, pairando dúvidas no contrato da Aadesam, desde o processo seletivo dos candidatos até a execução dos serviços.
“O depoimento do presidente da Aadesam foi claramente contraditório, ou seja, a agência está em cheque. O depoente não soube explicar os nossos principais questionamentos de um projeto que custa R$ 6 milhões e que presta serviços que a própria Susam já pratica dentro do seu organograma e que já tem recursos. Por isso, é necessário que o TCE fiscalize esse projeto que causa estranheza em todo o seu corpo”, afirmou Wilker.
Durante a oitiva, o presidente Bráulio foi perguntado qual era a sua relação com marqueteira Carla Pollake, apontada em depoimentos anteriores da CPI como a “dona” do projeto Anjos da Saúde. O representante da Aadesam afirmou que não conhecia a “número 3 do Governo”, no entanto, o deputado Wilker apresentou aos membros uma foto oficial da Agência onde aparece Pollake com o próprio presidente numa reunião para tratar sobre assuntos de aquisição material e suporte necessário ao projeto, contradizendo as afirmações do convocado.
Para Barreto, o posicionamento do Aadesam não condiz com a seriedade das investigações feitas pela CPI. “Claras contradições que só comprovam a brincadeira feita por este Governo com o dinheiro público”, finalizou Wilker.
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