Os deputados estaduais Wilker Barreto e Dermilson Chagas, ambos do Podemos, visitaram na tarde do último sábado (4), o Centro Psiquiátrico Eduardo Ribeiro (CPER), a convite da médica psiquiatra da unidade hospitalar, doutora Sílvia Batista, onde constataram que as dependências do local estão em situação precária. Acompanhados da presidente em exercício do Sindicato dos Médicos do Amazonas (Simeam), Patricia Sicchar, os parlamentares se sensibilizaram com as más condições do centro psiquiátrico e irão cobrar uma atenção maior por parte do Governo, que já ameaçou fechar as portas do hospital, considerado referência no tratamento psiquiátrico no Amazonas e que funcionou como manicômio durante 120 anos.
Para a doutora Sílvia, uma reestruturação no local será fundamental para a ampliação do atendimento às pessoas especiais e pediu uma reflexão do Executivo para manter o funcionamento do hospital. Além disso, a profissional pede a contratação de uma equipe multidisciplinar para um tratamento mais humanizado aos pacientes do centro psiquiátrico.
“Estamos falando de um hospital é referência há mais de 100 anos. Não precisa fechar, queremos apenas uma reforma para aumentar a quantidade de leitos, uma equipe multidisciplinar completa, que está defasada, e melhores condições de trabalho. Não somos a favor do fechamento, já existe um abaixo-assinado online com mil assinaturas contra a postura da Susam de fechar o CPER”, relatou Batista.
A médica também defendeu a abertura de mais leitos nos hospitais da cidade para atendimentos aos pacientes mentais. “Os hospitais hoje não dão mais conta da demanda. Os pacientes andam pelo chão, deitados pelos corredores e nas cadeiras. Não é só colocar os pacientes num quarto fechado e só conter e sedar. Isso não é tratamento. Queremos estruturas de leitos com condições de atendimento”, comentou a psiquiatra.
Para Wilker, o Governo precisa olhar com mais atenção o centro psiquiátrico e ressaltou que é obrigação do Estado oferecer um atendimento mais digno para os doentes mentais. O deputado afirmou que irá convocar uma reunião no seio da Comissão de Saúde da Assembleia para discutir melhorias para o local.
“O Estado tem a obrigação de dar o mínimo de qualidade de vida para esses pacientes mentais, porque eles também são cidadãos. Infelizmente, a estrutura está bastante deteriorada e o Governo precisa aportar recursos e parar com essa história de querer fechar. Com menos de R$ 10 milhões se faz uma reforma completa na unidade, como apontam os cálculos feitos pelos diretores do Centro. Vou propor uma reunião com a direção do hospital, sindicato e associações para debater alternativas com a Susam para o Eduardo Ribeiro, porque meu mandato também é voltado para questões humanitárias”, explicou Wilker, que é membro da Comissão da Saúde na Aleam.
Presidente da Comissão dos Direitos Humanos da Aleam, o deputado Dermilson Chagas criticou a falta de investimentos por parte do Executivo para CPER.
“É lamentável ter um cidadão que precisa de atendimento na saúde mental e não ter no Estado. O que mais me deixa triste é que tem dinheiro, mas o Governo não destina recursos. 3% da população amazonense entre crianças, jovens, adultos e idosos precisa da estrutura do Eduardo Ribeiro e que hoje precisa da mão amiga do Estado e de parlamentares”, salientou o parlamentar.
Saúde mental esquecida
A presidente em exercício do Simeam, Patrícia Sicchar, disse que a saúde mental está esquecida pelo Governo e criticou a intenção de fechar as portas do CPER por parte do Executivo.
“A saúde mental está esquecida há década nesse Estado. Temos mais de 62 mil pacientes que precisam do Eduardo Ribeiro, que sempre teve um potencial gigantesco no tratamento humanitário a todos que precisam. É necessário ter uma reforma, estruturação e ampliação dos leitos, e não o fechamento. Não podemos deixar que o Governo feche”, finalizou Sicchar.
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