Um levantamento realizado pela fintech Vee com 8 mil profissionais de 110 companhias clientes detalha a mudança no uso do pacote de benefícios, como vale alimentação, refeição, cultura, saúde e mobilidade, na quarentena. Também aponta para um aumento, entre as empresas da amostra, da concessão de um auxílio home office, para custear custos com internet, por exemplo, dos funcionários que estão trabalhando em casa.
Antes da quarentena, a categoria de refeição representava 57,2% da movimentação com o cartão da Vee e atualmente constitui apenas 15,78%. O uso com mobilidade também caiu, passando de 9,5% para 3,67% após a pandemia. Entre as categorias que cresceram, está a de alimentação, que passou de 20,2% para 36,7% de toda a movimentação do cartão de benefícios flexíveis.
“O uso do vale alimentação foi a primeira grande onda que vimos em termos de benefícios na pandemia, quando as pessoas correram aos supermercados”, diz Raphael Machioni, CEO da Vee. A segunda onda refletiu-se no uso do cartão para pagar delivery de alimentação. Antes da quarentena, cada usuário costumava fazer duas compras por delivery ao mês. Agora, essa média subiu para dois pedidos por semana. O horário de consumo e gasto também mudou. Até o início de março, 87% das compras via delivery eram após às 18h.
Atualmente, 43% dos pedidos acontecem mais cedo. Já a utilização do vale cultura subiu sua participação de 6,2% antes do coronavírus para 25,9%. “As pessoas têm usado um valor que normalmente seria gasto em outras categorias, como mobilidade ou mesmo em cinema e teatro, com plataformas de streaming, por exemplo”, diz Machioni.
As empresas da amostra, que contratam o cartão da Vee, com bandeira Mastercard, dão um valor para o funcionário escolher como usar os benefícios que ela oferece. Mas há regras estabelecidas em acordos coletivos, como a obrigatoriedade da empresa alocar um valor mínimo no vale refeição. Nesse período de quarentena, a Vee afirma que a busca de companhias por pacotes de benefícios cresceu. O faturamento da companhia saltou de R$ 15 milhões no início do ano para R$ 20 milhões.
No momento atual, Machioni avalia que a maior movimentação nos cartões reflete o pagamento das empresas por “auxílio home office”. Segundo a Vee, o valor gasto cresceu com itens ou despesas praticadas durante o regime de trabalho remoto cresceram 189% comparado ao período pré-pandemia. “Essas empresas estão dando, em média, R$ 83 para cada funcionário custear, por exemplo, linha telefônica ou pacote de internet, ou ainda comprar um móvel e equipamento para o home office. Em média, esse valor equivale a 4 dias dos valor total de benefícios concedidos por cada empresa por mês”.
Fonte: Valor Econômico