Após aprovar projetos importantes no primeiro semestre deste ano, como o “Hora da Merenda” e o “Nossa Merenda”, a Câmara Municipal de Manaus (CMM) terá um papel fundamental no processo de retorno presencial dos estudantes às escolas, conforme sugeriu a titular da Secretaria Municipal de Educação (Semed), Kátia Schweickardt, durante a Tribuna Popular virtual desta quarta-feira (17), na casa legislativa. A previsão é que esse retorno ocorra de forma gradual, entre os próximos meses de agosto e setembro, mas a secretária aproveitou a oportunidade para pedir o apoio dos vereadores nas ações desenvolvidas pelo órgão, no sentido de que essa retomada cause o menor impacto possível, por conta dos danos causados pelo novo coronavírus.
Segundo a Semed, tais ações têm como base os seguintes eixos: acolhimento, novo calendário escolar, redefinição de conteúdo, avaliação formativa e diagnóstica, além do monitoramento epidemiológico permanente de acompanhamento da curva da Covid-19.
Desde o último mês de março, segundo a secretária, quando as atividades presenciais foram suspensas, a parceria da Semed com a Secretaria de Estado da Educação (Seduc/AM) tem possibilitado a manutenção das aulas para mais de 230 mil alunos do fundamental 1 e da educação infantil, em Manaus e áreas rurais e ribeirinhas. Desse total, 140 mil assistem a tudo de casa, de forma virtual, monitorados por meio de link, e com direito a material impresso, também.
De acordo com a Semed, o porcentual de acompanhamento das aulas é de 70%, e a participação dos professores no processo é de aproximadamente 11 mil, dos quase 12 mil profissionais que atuam na área.
Antes do pronunciamento de Kátia Schweickardt, o presidente da CMM, Joelson Silva (Patriota), mostrou-se bastante receptivo e, ao reconhecer os desafios vividos pela secretaria, ressaltou que a harmonia entre os poderes deve prevalecer, acima de qualquer situação.
“Tenho acompanhado as aulas, por meio da TV Encontro das Águas, e vejo que parcerias como essa com o Governo do Estado, só reforçam a importância de se manter a harmonia entre os poderes. Um ajuda o outro, nas suas necessidades, e as coisas vão bem. O espírito público tem que estar acima de qualquer questão pessoal”, ressaltou Joelson Silva.
Entre os slides apresentados durante a Tribuna Popular, dois mostraram claramente o que a Semed planeja para o pós-pandemia e, segundo Kátia, com o apoio da própria Seduc, que se resume na “construção do novo normal”. A estratégia de ação tem como base, o trabalho mútuo feito por uma equipe intersetorial, com a participação de técnicos do próprio órgão, além de profissionais das secretarias municipais de Saúde (Semsa), e da Mulher, Assistência Social e Cidadania (Semasc).
“Precisamos desse apoio de vossas excelências, para engajar as famílias e ver quais são as dificuldades apresentadas. Já começamos a pedir reforços dos epidemiologistas e encaramos esse novo cenário, da necessidade de o ensino funcione de modo híbrido (presencial e online), como um grande desafio. Temos acompanhado vários estudos e medidas tomadas por países da Europa, analisando tudo. Há dois anos adotamos o lema: ‘família e escola, todos responsáveis uns pelos outros’, primando por uma educação de qualidade para todos”, sintetizou Kátia Schweickardt.
Todos esses pontos apresentados estão linkados a fatores como impacto socioambiental provocado pela pandemia, orientação das autoridades da saúde, retorno sequencial com avaliação permanente, aprendizagem em casa contínua e combate à evasão escolar.
Laboratório
Atualmente, a Semed conta com mais de 15 mil servidores, além de 498 escolas, sendo mais de 400 localizadas na zona urbana, além das ribeirinhas, dos ramais e indígenas. Para as áreas mais distantes, onde as dificuldades para obtenção de sinal de internet e tv são frequentes, foi preciso que houvesse um maior engajamento de gestores, pedagogos e até professores, para a produção do material impresso que é levado por lancha até os moradores dessas localidades.
“O atendimento é personalizado e, com isso, fazemos um grande laboratório, para a consolidação de uma política que já tem sido desenvolvida há algum tempo pela prefeitura e que busca o engajamento familiar”, frisou a secretária.
No sexto ano à frente da secretaria, Kátia ressaltou que a missão não se restringe apenas em garantir uma educação básica de qualidade aos estudantes, mas, sobretudo, assegurar o acesso, a inclusão, a permanência e a formação deles. A valorização dos profissionais da educação também faz parte desse processo.
“Cheguei em 2013 na Semed e, em 2017, alcançamos a meta que estava planejada para 2021, com crescimento de 41% nos anos iniciais e 52% nos anos finais”, enumerou.
Questionamentos
Os vereadores solicitaram algumas demandas advindas das comunidades. Outros, porém, foram mais a fundo nos questionamentos, e assuntos como merenda escolar, reposição do calendário, medidas de prevenção, e até chamadas de professores aprovados para cadastro reserva, também foram feitos e respondidos pela secretária, com o apoio dos subsecretários Euzeni Araújo (Gestão Educacional) e Thiago Sarubi (Administração e Finanças).
Texto: Isaac Júnior – Dircom/CMM
Foto: Robervaldo Rocha (Dircom/CMM)
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