A Secretaria de Estado de Produção Rural (Sepror), por meio da Secretaria Executiva Adjunta de Política Agrícola, Pecuária e Florestal do Amazonas (Seapaf), realizou, nesta quinta-feira (30/04), ação para ajudar produtores orgânicos no processo de escoamento de alimentos. Os produtos orgânicos recolhidos nas propriedades foram encaminhados para a sede da Associação dos Servidores do Inpa (Assinpa), onde está funcionando um ponto de coleta para clientes de produtos orgânicos.
Devido à pandemia de Covid-19, as feiras livres não estão podendo funcionar para evitar aglomerações. Sendo assim, visando ajudar os agricultores a manter a produção e comercialização, bem como, manter abastecida a população com alimentos, diversas entidades estão se mobilizando para que os produtores rurais mantenham a venda de frutas e hortaliças sem ter a necessidade de sair de suas casas, o que é também uma ajuda na contenção da propagação do vírus.
“Pensando em uma alternativa para a comercialização, montamos uma força-tarefa, que conta com a Sepror, a Rede Maniva de Agroecologia (Rema), a Comunidade que Sustenta a Agricultura (CSA) e o Slow Food, para verificar uma nova forma de comercialização que não expusesse os agricultores e os clientes ao risco de contaminação. Hoje, estamos apoiando três associações de produtores de Manaus, Rio Preto da Eva e Iranduba, que solicitaram ajuda e foram prontamente atendidas pelo secretário Petrucio Magalhães Júnior”, afirma Eduardo Rizzo, chefe do departamento técnico da Seapaf.
Para tanto, foi estabelecido um novo processo de comercialização. Os consumidores mantêm contato com os produtores orgânicos e pagam um determinado valor fixo por mês. Assim, a cada semana, recebem uma cesta com diversos produtos vindos diretamente do campo. Ao chegar na Assinpa, o comprador pode retirar sua cesta, respeitando o distanciamento social, uma vez que não existe o contato e nem a aglomeração na retirada.
Para Marina Reia, que faz parte da coordenação da Rede Maniva, os produtos não correm risco de perda ou desperdício, pois, ou são vendidos ou doados, caso o cliente não busque sua cesta – tudo com ciência do consumidor antes da compra.
“O que sai do campo para a Assinpa que, eventualmente, o consumidor não vai buscar por conta de algum contratempo e também o que sobra das encomendas são disponibilizados para doação a instituições que cuidam de famílias em vulnerabilidade”, diz Marina.
Com isso, os produtores têm uma maior segurança para sua saúde, sem ter que deixar de produzir e comercializar a produção. Para a representante de uma associação de produtores orgânicos de Rio Preto da Eva, Etelvina Silva, essa iniciativa é um apoio e incentivo para que os agricultores continuem a produzir. “Eu represento 32 produtores orgânicos, então, para a gente esta iniciativa é ótima porque vários de nossos agricultores são idosos e como as feiras estão suspensas, não podemos ir à Manaus vender. Hoje, nós sabemos que quem sustenta a população é a agricultura familiar e atitudes como essa nos fazem querer continuar a produzir”, destaca Etelvina Silva.
Da parte do consumidor, além de garantir um alimento saudável em sua mesa, também tem a segurança de uma compra que atende aos requisitos de segurança contra o novo coronavírus. “Eu sempre fui preocupada com alimentação em casa e a gente sabe que aqui é certificado. Já sou cliente da feira tem um certo tempo e acho certíssima essa medida que estão tomando para proteger os agricultores em que fazemos as encomendas de sempre e chega aqui só para pegar. É tudo de bom”, ressalta a professora universitária, Brigite Cristalder.