O deputado Serafim Corrêa (PSB) pediu esclarecimentos à secretária Estadual de Saúde (Susam), Simone Papaiz, sobre o cronograma de pagamento das cooperativas médicas em atraso; andamento do convênio com hospitais para tratamento de pacientes com Covid-19 e sobre o direcionamento de sua gestão.
Os questionamentos foram feitos durante Audiência virtual realizada pela Assembleia Legislativa do Amazonas (Aleam), na tarde desta quarta-feira (22). “Qual é a sua opção de gestão na Saúde: SUS (Sistema único de Saúde) ou OS (Organização Social)? Tem cronograma dos pagamentos dos médicos e enfermeiros? Ano passado esses profissionais foram muito maltratados, desdenhados. O Dr. Jorge Akel, presidente da Associação Médica do Amazonas, em uma Audiência, disse que mais de 500 profissionais saíram do Estado por falta de pagamento. A arrogância do governo era tanta que ele sequer permitia conversar”, lamentou Serafim.
“A estratégia tem um único foco: Aumento de leitos. Entendemos toda a classe que opera em linha de frente, como médicos e enfermeiros. Nos comprometemos a pagar esse montante a todas as cooperativas até 90 dias após o vencimento”, disse Papaiz.
Em contrapartida, Serafim alegou que em 2020 a arrecadação foi R$ 200 milhões a mais do que em 2019. “Se isso [pagamentos] não for cumprido, isso vai estressar ainda mais a gestão. A OS nunca foi uma Organização Social Sem Fins Lucrativos. Nossas experiências são trágicas. Fiquei perplexo com a OS do Hospital Delphina Aziz, que tinha feito três cirurgias por dia. Aqui ninguém torce contra, todos torcemos a favor. Estamos todos na mesma tempestade e no mesmo barco”, disse.
O deputado também pediu o posicionamento do governo sobre a utilização do Hospital Universitário Getúlio Vargas (HUGV) e o Beneficente Portuguesa para tratamento de pacientes com Covid-19. “Todos nós, da Aleam pedimos que o HUGV e o Beneficente Portuguesa sejam utilizados para tratamento de pacientes com Covid-19. Isso vai se concretizar ou não?”, questionou o líder do PSB na Casa.
“Sim, HUGV já está conosco trabalhando e fomos informados que o número de UTIs será aumentado para 31. Enviamos, em torno de 21h, uma lista de medicamentos, EPIs e foi liberado ontem mesmo. Foram liberados dois leitos de UTI e nove leitos de internação. Isso já está acontecendo”, esclareceu. Ela afirmou que ainda irá se reunir com a direção do Beneficente Portuguesa para alinhar as questões técnicas para recebimento dos pacientes da Covid -19.
A secretária Simone Papaiz assumiu a pasta da Saúde no Amazonas, no último dia 8 de abril, após a saída do então titular Rodrigo Tobias. “Desde o início, a ideia é ter diálogo com o governo federal, Ministério da Saúde e com os parlamentares. Esse tratamento não é só com o Amazonas, ele [presidente] tem feito reuniões com todos os secretários de Saúde do país. Em modos gerais, há muita dificuldade”, disse Papaiz.
A secretária ainda disse que o desequilíbrio do mercado devido à falta de insumos, favorece a dificuldade para a aquisição de equipamentos e EPIs. “O cenário é preocupante. Mercado desequilibrado e dificuldade de produtos essenciais como respiradores, insumos, EPIs (Equipamentos de Proteção Individual) e já está faltando insumos para produzir esses insumos. Está faltando médicos intensivistas, Sírio Libanês está nos ajudando. De hoje para amanhã teremos três toneladas de EPIs pelo Itaú. O enfrentamento está sendo muito pesado”, concluiu.
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