O vereador Marcelo Serafim (PSB), presidente da Comissão de Saúde da Câmara Municipal de Manaus (CMM), disse hoje, através de suas páginas nas redes sociais, que o Governo do Estado do Amazonas precisa, com a máxima urgência, fazer o reordenamento da rede estadual de saúde para conseguir atender a demanda relacionada aos casos de coronavírus.
Segundo Marcelo, o grande erro do estado foi ter misturado pacientes infectados pelo covid-19 com pacientes em tratamento para outras doenças, em hospitais que não eram referência para tratamento da doença. “O estado não abriu o Hospital e Pronto-socorro Delphina Aziz com força total, como deveria ter feito desde o início, uma vez que a unidade é administrada por uma Organização Social (OS), ou seja, nas mãos da iniciativa privada. Devido a esse fato, pacientes com diagnóstico de infecção pelo covid-19 foram atendidos em todas as unidades de saúde, muitos com sintomas leves e quadro geral de saúde estável, mas a gravidade dessa situação está no fato de que os profissionais que estavam fazendo o atendimento desses pacientes não tinham os equipamentos de proteção individual (EPIs) necessários para sua proteção e foram infectados”, relata o vereador.
Marcelo Serafim também destaca que várias pesquisas científicas mostram que, 86% dos pacientes infectados pelo covid-19 são assintomáticos. “Muitos profissionais da saúde infectados e assintomáticos se transformaram em vetor de transmissão do vírus, o que fez com que a doença se propagasse de forma descontrolada”, explica.
Para o parlamentar, Hospital e pronto-socorro Delphina Aziz não possui mais condições de tratar os pacientes com diagnóstico de coronavírus de forma isolada, pois os casos aumentam de forma exponencial e descontrolada. Diante dessa situação ele defende uma descentralização racional do atendimento aos pacientes diagnosticados com covid-19. “Precisamos urgentemente colocar em funcionamento todos os leitos vagos do Hospital Universitário Getúlio Vargas (HUGV) e da Beneficente Portuguesa. Esses leitos serão utilizados como retaguarda para que o estado possa remanejar os pacientes internados em leitos clínicos dos Prontos-socorros João Lúcio, 28 de Agosto e Platão Araújo”, detalha Marcelo.
O vereador acredita que assim será possível esvaziar o Pronto-socorro Platão Araújo e transformá-lo em referência para o tratamento de pessoas infectadas pelo covid-19, na zona Leste, juntamente com o Hospital de Campanha da Prefeitura de Manaus. “O Hospital e Pronto-socorro Delphina Aziz continuaria atuando como referência para pacientes da zona Norte e do estado como um todo. O Hospital da Nilton Lins se transformaria na referência para pacientes da zona Sul e Centro-sul e transformaríamos a Maternidade Alvorada na referência para a zona Oeste, transferindo os partos para as outras maternidades da cidade, durante o período da crise”, informa Serafim.
O vereador faz um alerta às autoridades de saúde do estado do Amazonas. “Se continuar o formato montado pela Secretaria de Estado de Saúde (Susam), haverá ainda mais perda do controle. Precisamos ter referências em todas as zonas da cidade e orientar a população para procurar essas unidades”.
Mesmo com sua posição de oposição ao Governo do Estado, Marcelo Serafim se coloca à disposição para ajudar e orientar no que for possível. “Tenho minhas divergências com o Governo do Estado e deixo-as muito claras há muito tempo, mas nesse momento precisamos estudar, de forma rápida, uma solução, pois o descontrole só levará a um número cada vez mais crescente de óbitos. Trabalho dentro de um hospital e vejo o desespero dos meus colegas. O momento agora é de esquecer as diferenças e unir forças”, conclui Marcelo Serafim.
Texto: Dircom, com informações da assessoria
Foto: Robervaldo Rocha – Dircom/CMM
Edição: Francismar Lopes – Dircom/CMM
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