Casas e apartamentos concentraram quase metade dos incêndios registrados em Manaus ano passado, conforme dados da Secretaria de Segurança Pública (SSP-AM). Ao longo do ano de 2019, o Corpo de Bombeiros Militar do Amazonas (CBMAM) foi mobilizado para cessar chamas em 109 ocorrências. Em 46 dos casos, o sinistro foi em casas, apartamentos ou condomínios residenciais.
Depois dos incêndios em residências, aparecem os casos registrados em veículos. Foram 22 incêndios nessa modalidade, no ano passado. Na sequência estão os incêndios em prédios, com 20 casos. Entre os diversos tipos de ocorrências, os Bombeiros também foram acionados para cinco incêndios em estabelecimentos comerciais.
Obedecer às regras de segurança faz a diferença na prevenção e na hora do combate às chamas, segundo o Corpo de Bombeiros. Às vezes, pequenos detalhes podem levar a um princípio de incêndio ou causar uma grande tragédia, como a registrada no Educandos, em 2018, quando mais de 500 casas foram consumidas por chamas após problemas com a instalação de gás em um fogão.
“Um dos itens mais importantes é procurar obedecer às normas de prevenção, orientar os ocupantes e, principalmente, crianças sobre os perigos com equipamentos elétricos, além de não fazer ligações clandestinas, pois podem causar sobrecargas e causar um incêndio”, salientou a sargento do CBMAM, Aretha Cristina.
Manter em dias as instalações elétricas e observar as regras de utilização de equipamentos eletrônicos também são medidas preventivas essenciais. “Cuidados como não utilizar aparelhos elétricos em divisores (benjamins ou ‘T’) em uma única tomada e não usar fiação elétrica inferior à resistência exigida são itens importantes que previnem e podem evitar um incêndio”, disse.
Como agir – A primeira ação a ser tomada em um caso de incêndio é acionar o Corpo de Bombeiros, por meio do telefone 193, enquanto tenta controlar as chamas. Mas é preciso observar a evolução do fogo pois, muitas vezes, tentar resolver o problema por conta própria aumenta os riscos para a vítima e toda a vizinhança.
“Todo tipo de emergência deve ser tratada de forma cautelosa. O ideal seria que fosse solicitado auxílio do serviço especializado logo no início da emergência e aguardar o socorro chegar, pois mesmo conseguindo resolver ou amenizar qualquer que seja a situação, é melhor ter apoio especializado a caminho”, observa.
Edificações públicas (escolas, comércios, empresas) e de grande circulação de pessoas possuem vistoria e fiscalização. Ambas são realizadas por equipes da Diretoria de Atividades Técnicas (DAT) do Corpo de Bombeiros, sendo uma por iniciativa do proprietário ou responsável legal e outra de acordo com uma denúncia, como explica o sargento Fábio Góes, chefe do setor de análise técnica do DAT.
“A prevenção no local é feita pelo proprietário da edificação, e os bombeiros participam da prevenção ao cobrar, em vistorias, que os sistemas de incêndio estejam instalados e prontos para uso. A fiscalização acontece quando há uma denúncia de irregularidade junto ao Corpo de Bombeiros, repassada à DAT, que envia uma equipe até o local para corroborar ou não a denúncia”, diz o sargento.
Para casos de emergência nestas edificações, a plena e efetiva atuação de uma brigada de incêndio (previamente estabelecida) é suficiente para o controle da situação. Brigadistas são ocupantes da edificação, treinados pelos Bombeiros para a utilização correta de todos os itens de segurança que um local possui.
“O incêndio acontece quando a brigada não tem efetividade na sua ação, e permite que o incêndio se espalhe pela edificação. Nesse caso é acionado o Corpo de Bombeiros. Já tivemos algumas situações em que a própria brigada de incêndios da edificação contornou a situação e só nos informou que houve o princípio de incêndio”, destacou.
Em casos de fiscalização, caso seja constatada alguma irregularidade no projeto da edificação, o proprietário tem 30 dias para regularizar a situação de seu estabelecimento. A Diretoria de Atividades Técnicas do Corpo de Bombeiros fica na rua Professor Ernani Simão, 1.298, bairro Cachoeirinha, zona sul de Manaus. O atendimento é das 8h às 14h.