A Fundação de Vigilância em Saúde (FVS) do Amazonas divulgou, nesta quinta-feira (19/03), o terceiro caso confirmado do novo coronavírus no Estado. Trata-se de uma mulher de 25 anos com histórico de viagem para o Peru, que está em isolamento domiciliar.
Desde o dia 29 de fevereiro, o Amazonas registrou 52 casos suspeitos da Covid-19, dos quais 42 foram descartados, sete estão em investigação e três foram confirmados.
Os dados foram atualizados durante coletiva on-line concedida na tarde dessa quinta-feira pelo governador Wilson Lima, o secretário estadual de Saúde, Rodrigo Tobias, e a diretora-presidente da FVS, Rosemary Costa Pinto. “Todos os casos que temos até agora são importados. Não temos ainda a transmissão comunitária”, disse a diretora-presidente da FVS.
O modelo de coletiva on-line, por meio de lives, tem sido a forma escolhida pelo Governo do Amazonas para falar com a imprensa e a população para atualizar as informações sobre o Covid-19, evitando aglomerações de pessoas.
Rosemary Costa Pinto esclareceu sobre o critério para a realização de teste para o coronavírus que não deve ser feito por qualquer pessoa, conforme protocolo do Ministério da Saúde. “Devem fazer o teste aquelas pessoas que tiverem febre e algum sintoma respiratório (tosse e falta de ar) e que estiveram – isso é muito importante – numa área de transmissão do vírus. Qual é a área de transmissão do vírus? Qualquer país no exterior. A OMS declarou uma pandemia, então qualquer país do exterior é considerado área de risco de transmissão do vírus. Ou que estiveram no Brasil em alguma área que está havendo transmissão comunitária”.
Segundo ela, a pessoa que preencher esses critérios deve buscar uma unidade de saúde da rede pública ou particular e o médico que fizer o atendimento vai definir se a pessoa é ou não suspeita para realizar o teste.
“O local onde ele (paciente) vai aguardar o resultado do exame depende da condição clínica. Se ele está com um estado que precisa de internação, então ele vai ser internado e mantido em isolamento dentro do hospital. Caso contrário, ele vai ser liberado para casa com as recomendações de se manter em isolamento domiciliar. Saindo o resultado, se ele tiver positivo, as medidas serão intensificadas. Caso ele apresente algum sinal de gravidade, ele vai ser encaminhado para a unidade de referência para internação, que é o Hospital Delphina Aziz”.
O secretário de Saúde, Rodrigo Tobias, reforçou que o estado do Amazonas possui hoje leitos de UTI suficientes para receber casos graves de coronavírus e que, se houver necessidade, a capacidade pode ser ampliada. Conforme o Plano de Contingência, no Hospital Delphina Aziz, hoje existem 50 leitos de UTI disponíveis, que podem ser triplicados num primeiro momento podendo ampliar mais, caso haja necessidade. O Estado está em processo de aquisição de respiradores para garantir a ampliação.
Até o momento, nenhum paciente está internado no hospital. A primeira paciente confirmada com o coronavírus, ficou em isolamento domiciliar e está curada e os outros dois mantêm-se em isolamento domiciliar. “Se houver necessidade, temos condições de ampliar no próprio hospital que, conforme o Plano de Contingência, ficará exclusivo para atendimento desses casos graves que precisam de internação”, disse o secretário, ressaltando que a unidade também tem condições de receber um hospital de campanha.
Conforme os estudos, 80% das pessoas acometidas pela Covid-19 apresentam sintomas leves, apenas 20% agravam e, desses, 5% irão apresentar complicações, precisando de internação em UTI.