11:11 – 10/03/2020
FOTOS: Mauro Neto/Faar
As atividades do programa de ressocialização “Trabalhando a Liberdade” chegaram à Vila Olímpica, bairro Dom Pedro, zona centro-oeste da capital. Internos do sistema prisional começaram a revitalizar o espaço nesta segunda-feira (09/03), após uma parceria entre a Secretaria de Estado de Administração Penitenciária (Seap) e a Fundação Amazonas de Alto Rendimento (Faar).
Para a realização dos serviços, a Seap, por meio da empresa de cogestão Reviver Administração Prisional Privada, deslocou um grupo de 10 reeducandos do Complexo Penitenciário Anísio Jobim (Compaj), localizado no Km 08 da BR-174 (Manaus-Boa Vista). Esse é o quarto trabalho extramuro realizado por apenados do regime fechado.
Além de roçar toda a área da vila, os internos também pintarão o hotel que abriga os atletas de alta performance. Até o final do mês de abril, cerca de 20 quartos receberão os serviços de reforma e manutenção. Segundo o titular da Seap, coronel Vinícius Almeida, o uso da mão de obra carcerária em espaços e prédios públicos contribui para reduzir os gastos do Estado e, ao mesmo tempo, possibilita a remição da pena.
“O projeto tem como objetivo propiciar a conscientização da pessoa privada de liberdade e evitar a retroalimentação dos ciclos de criminalidade e taxas de reincidência”, explicou.
Seguindo o trabalho de buscar parcerias com instituições da iniciativa privada e órgãos públicos, para a manutenção e melhorias nas instalações dos espaços da Vila Olímpica, o diretor-presidente da Faar, Caio André de Oliveira, celebrou a iniciativa e falou dos ganhos com o trabalho realizado com os custodiados e do caráter social da iniciativa.
“Essas parcerias, além de ajudar na ressocialização dos presos, a contrapartida é nos dar esse auxílio na limpeza da Vila Olímpica, demanda que aumenta bastante neste período de chuva. Além da parceria na mão de obra, o material empregado nesses serviços também foi adquirido por meio de doação dos parceiros privados”.
Saída antecipada – O interno Fabiano* (nome fictício) completou um ano como integrante do grupo de trabalhadores do Compaj. Ele fala com orgulho dos cursos de capacitação que concluiu dentro do presídio: Pintura Predial e Panificação. “É a primeira vez que estou trabalhando fora da unidade, e é muito gratificante ter a oportunidade que estão nos dando”, disse.
De acordo com ele, a participação nos projetos de ressocialização irá ajudá-lo a sair mais cedo do cárcere. “Vou mais cedo para casa graças aos dias que consegui remir com o trabalho e a leitura”, afirmou Fabiano, que faz planos de abrir um restaurante junto com sua mãe quando deixar a prisão.
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