Os professores que atuarão nos 26 Centros Municipais de Educação Escolar Indígena (Cmeei) e nas quatro escolas indígenas municipais, da Prefeitura de Manaus, concluíram uma jornada pedagógica nesta terça-feira, 11/2. O encontro contou com palestras, oficinas, apresentação dos temas que serão trabalhados no ano letivo 2020 e aconteceu na Divisão de Desenvolvimento Profissional do Magistério (DDPM), na avenida Maceió, zona Centro-Sul.
O diferencial deste ano é que a equipe da Gerência de Educação Escolar Indígena (Geei), da Secretaria Municipal de Educação (Semed), ganhou o reforço de um antropólogo e um linguista, devido à necessidade diferenciada que a educação escolar indígena apresenta e com o intuito de valorizar ainda mais a cultura dos povos que habitam na área urbana e rural de Manaus.
O gerente da Geei, Glademir Santos, explicou que a presença desses novos membros na equipe acrescenta positivamente às ações realizadas pela secretaria, porque o trabalho diferenciado é realizado por meio das questões linguísticas, forma principal de valorização de memória dos povos.
“Como é uma modalidade diferenciada, o estudo da língua é o fundamento da prática pedagógica dos professores indígenas, interagindo com os alunos. E esse estudo requer uma relação com as culturas de diferentes povos. O estudo da língua retoma uma memória histórica de cada povo”, disse o gerente.
Glademir Santos acrescentou, ainda, que a jornada foi dividida em quatro eixos: político, pedagógico, produção de material didático e linguístico, o que a tornou mais interdisciplinar, segundo ele. “Os professores estão percebendo a novidade que é a concentração de todo o processo de ensino-aprendizagem por meio das línguas”, completou.
Para a professora Jeane Menandes Braz, com o nome de Kysypa, na língua Apurinã, a jornada pedagógica estimula não só o ensino, como a produção de material, que ela considera que poderia ser maior. “Até pouco tempo atrás, não produzíamos material na nossa língua e hoje em dia a gente já tem vogal, consoante, numerais. Agora, com o antropólogo e o linguista, esse trabalho vem sendo reforçado. Com a internet, nós também podemos produzir e lançar na web para que outras pessoas tenham acesso à língua”, finaliza.
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Texto – Alexandre Abreu / Semed
Foto – Eliton Santos / Semed
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