A Fundação Alfredo da Matta (Fuam) encerrou o mês de janeiro com mais de 1.800 exames dermatológicos realizados somente na sede da instituição, durante o Janeiro Roxo, totalizando 25 casos suspeitos de hanseníase. Desse total, oito casos foram confirmados e os pacientes já iniciaram tratamento. Em todo o estado, os números ainda são parciais, incluindo outros dez casos novos (além dos números da Fuam).
A intensificação no atendimento e busca ativa de casos suspeitos de hanseníase no primeiro mês de 2020 fez parte da programação alusiva à campanha Janeiro Roxo, para conscientização sobre a doença. Neste ano, o Governo do Estado, por meio da Secretaria de Estado da Saúde (Susam), Fuam e secretarias municipais de saúde uniram forças para realizar ações que tiveram como objetivo sensibilizar a população sobre a doença e fazer busca ativa de casos suspeitos, reforçando a importância do diagnóstico precoce.
Em Manaus, somente na Fuam, foram 1.812 exames dermatológicos realizados, sendo detectados 25 casos suspeitos da hanseníase. Dentre os oito casos confirmados, um deles era em um adolescente de 15 anos. “Foram identificados seis casos no sexo masculino e dois casos no sexo feminino, e todos já foram encaminhados para iniciar tratamento”, explicou o chefe do Departamento de Controle de Doenças e Epidemiologia, José Yranir do Nascimento.
Dados parciais no Amazonas – Em todo o estado, dados parciais já indicam pelo menos 18 casos novos identificados em seis municípios do Estado: Apuí (um caso), Guajará (um caso), Parintins (três casos), Pauini (um caso), Tapauá (um caso) e Manaus (11 casos, dentre estes, os oitos casos identificados na Fuam).
Foram pelo menos 1.117 exames dermatológicos realizados pelas equipes locais, em unidades básicas de saúde nos municípios do interior e na capital. Desse total, dez casos foram identificados no sexo masculino e oito no sexo feminino, sendo identificado somente um caso em paciente menor de 15 anos.
Os municípios ainda estão concluindo o fechamento de dados com balanço das suas ações, o que significa que os números podem sofrer alterações.
Avanços – O Amazonas está entre os 10 estados brasileiros com as menores taxas de detecção de casos novos de hanseníase, ficando na 9ª posição. De 2010 a 2019, foram notificados 5.425 casos novos da doença no Amazonas. Durante a década, houve uma redução de 42,7% no número de casos no estado. Em 2010, foram 707 casos confirmados e, em 2019, o número foi de 405.
Buscando ampliar e descentralizar o combate à doença no Amazonas, em 2019, foi criado o Projeto Ação pela Eliminação da Hanseníase (Apeli). O projeto leva ao interior do estado uma frente de ações para educação, exames, tratamento e organização estratégica, práticas importantes para o combate à hanseníase e outras doenças dermatológicas, além das infecções sexualmente transmissíveis (IST).