18:56 – 04/02/2020
FOTOS: BRUNO ZANARDO/SECOM
Foi um sucesso a cirurgia da primeira criança cardiopata amazonense encaminhada pelo Governo do Estado ao Hospital da Criança e Maternidade (HCM) de São José do Rio Preto, no interior de São Paulo, por meio do Tratamento Fora do Domicílio (TFD). Yran Lucas, de um ano e cinco meses, passou por procedimento para correção de uma comunicação interventricular (sopro no coração), na tarde desta terça-feira (04/02), e é um dos primeiros pacientes beneficiados pela parceria firmada entre o Governo do Amazonas e o HCM com o objetivo de reduzir o tempo de espera na fila do Hospital Universitário Francisca Mendes (HUFM), na zona norte de Manaus.
Yran chegou a São José do Rio Preto na segunda-feira (03/02) acompanhado pela mãe, Mairucy Alencar de Sousa, e pela coordenadora da Assistência Social da Secretaria de Estado de Saúde do Amazonas (Susam), Maria Mazzarelo. No mesmo dia, o paciente passou por novos exames na unidade de saúde, estando apto a passar pela cirurgia já nesta terça-feira.
Segundo a chefe da UTI cardiopediátrica do HCM de São José do Rio Preto, Dra. Karolyne Sanches, o procedimento ocorreu conforme o esperado e durou cerca de três horas. “A gente não teve nenhuma intercorrência, foi uma cirurgia bastante curta, e isso é muito importante para a recuperação dele aqui na UTI. Eu acredito que amanhã já vai ter condições excelentes para que a criança, junto com essa mãe, possa estar aos cuidados junto com a equipe para que ela se recupere mesmo e possa ir para a enfermaria da cardiologia pediátrica”, explicou a médica.
De acordo com ela, o paciente amazonense deve ficar internado no HCM pelos próximos cinco dias, período inicial de recuperação pós-cirúrgica. Em seguida, ele e a mãe ficarão hospedados na Casa de Acolhimento que integra o complexo da Fundação Faculdade Regional de Medicina de São José do Rio Preto (Funfarme), a qual o Hospital da Criança e Maternidade é vinculado. Somente após nova avaliação médica é que o paciente será liberado para retornar a Manaus, onde continuará a ser acompanhado pela equipe do Francisca Mendes.
Boa notícia – As horas que antecederam a cirurgia foram de aflição para Mairucy Alencar. “Eu estava muito ansiosa, muito nervosa, inquieta. Foi uma noite muito pensativa para mim, porque vieram mil coisas à minha cabeça. Mesmo o pessoal falando que ia dar tudo certo, mas como mãe sempre tem essa preocupação. Depois que eu soube que a cirurgia foi um sucesso, me acalmei bastante. O meu coração está mais quieto, porque eu não estou mais como estava antes”.
Agora, ela só pensa em estar ao lado do filho dando todo o suporte para que ele possa se recuperar rápido e voltar para casa. “Só vou ficar em paz mesmo, meu coração ficar quieto, quando eu ver meu filho. Ele sorrindo para mim. Não vejo a hora de voltar para casa ver os irmãos dele, o pai dele, que está muito ansioso, e a família. Eu ainda estou nesse aguardo. Espero que daqui para amanhã ou depois ele já esteja do meu lado, rindo como uma criança normal.
Reestruturação – A realização de cirurgia por TFD não foi a única medida adotada pelo Governo do Amazonas para reduzir o tempo de espera de quem está na fila da cirurgia cardíaca. A atual gestão iniciou, ainda no ano passado, um plano de reestruturação do Hospital Universitário Francisca Mendes.
As primeiras medidas já trouxeram resultados. O hospital realizou 52 cirurgias cardíacas em janeiro de 2020, um aumento de 67% em comparação com janeiro de 2019, quando 31 cirurgias foram realizadas.
Após o conserto das duas máquinas de hemodinâmica, 202 procedimentos também foram realizados no mês de janeiro, entre cateterismo, colocação de marca-passo, angiografia, arteriografia e outros.
De imediato, estão sendo instalados seis monitores multiparamétricos, quatro ventiladores pulmonares adultos e 130 acessórios de equipamentos. Os equipamentos começaram a ser instalados na última semana e vão permitir a abertura de mais leitos de UTI e reativação de mais uma sala cirúrgica. Além disso, está sendo adquirido um novo ecocardiograma especialmente para bebês prematuros de baixo peso.
O reforço vai possibilitar a ampliação de sete leitos de UTI, sendo três infantis, além de aumentar o número de cirurgias cardíacas adultas e pediátricas de 15 para 25 por semana.
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