17:01 – 06/01/2020
FOTO: Julcemar Alves
Em uma década, o estado reduziu pela metade o número de casos detectados por ano
O Amazonas está entre os 10 estados brasileiros com as menores taxas de detecção de casos novos de hanseníase por 100 mil habitantes. De acordo com dados do Sistema de Informação de Agravos de Notificação (Sinan), do Ministério da Saúde, a taxa de casos novos no estado é de 10,31, enquanto a taxa nacional é de 13,70.
Esta é a menor taxa registrada pelo Amazonas nos últimos dez anos 10 anos (2009-2018) com dados consolidados pelo Ministério da Saúde, informou o secretário de Estado de Saúde, Rodrigo Tobias.
“Em 2009, por exemplo, a taxa do Amazonas era de 21,54. Os dados de 2019 ainda não foram consolidados pelo Ministério da Saúde. Mas o estado se manteve entre os dez com os menores índices”, informou Rodrigo Tobias. Segundo o secretário, o Amazonas já chegou a liderar o ranking de casos da doença.
Na região Norte, o Amazonas é o estado com a menor taxa. O Pará apresenta 30,44, Acre (15,79), Rondônia (40,63), Roraima (20,16), Amapá (13,41) e Tocantins (109.32).
A Secretaria de Estado de Saúde (Susam) e a Secretaria Municipal de Saúde (Semsa) promovem nesta terça-feira (07/01) a abertura da programação da campanha Janeiro Roxo, mês de conscientização sobre a hanseníase.
A partir das 8h, no Shopping Phelippe Daou, na zona Leste, a população terá acesso à consulta dermatológica e clínica geral. A programação de abertura inclui também os serviços de corte de cabelo, bandeiraço e distribuição de material educativo que serão oferecidos pelos órgãos estadual e municipal.
“A agenda de mobilização busca reforçar o compromisso de controlar, oferecer diagnóstico e tratamento corretos, além de difundir informações para combater o preconceito em torno da doença”, explicou o titular da Susam.
Fluxo de atendimento – A diretora técnica da Fundação Alfredo da Matta (Fuam), Lucilene Sales, explica que a unidade é referência no tratamento da doença e trata casos mais graves da doença. Segundo ela, as pessoas com os sintomas da hanseníase não precisam se deslocar até a Fuam, podem procurar a Unidade Básica de Saúde (UBS) mais próxima de sua residência para obter o diagnóstico e tratamento.
“A Atenção Básica está capacitada para diagnosticar e tratar a hanseníase. Então, os postos de saúde, as Unidades Básicas (UBS) também são porta de entrada desses casos. Assim como a Fuam, que trata os casos mais graves, mas também recebe e orienta os pacientes”, disse a médica dermatologista e diretora técnica da Fuam.
A orientação da especialista é que, ao apresentar sintomas como manchas claras ou vermelhas na pele com diminuição da sensibilidade, dormência e fraqueza nas mãos e nos pés, o paciente procure a UBS mais próxima. Os casos mais graves serão encaminhados pela própria UBS para atendimento na rede da Susam.
Mais programação – A Policlínica Codajás, no bairro Cachoeirinha, vai realizar um mutirão de consultas nos dias 14 e 15 de janeiro. Ao todo serão 80 consultas dermatológicas, divididas nos dois dias de mutirão.
Para ter acesso às consultas na policlínica, o paciente deve procurar a unidade previamente e passar por uma triagem com a equipe de enfermagem. As consultas serão com as dermatologistas Aline Grana e Camila Mendes, nos dias 14 e 15 respectivamente.
No dia 25, o bairro Colônia Antônio Aleixo recebe uma ação de saúde e cidadania com oferta de exames dermatológicos, consultas médicas, além de serviços como corte de cabelo e emissão de documentos. A ação acontecerá no Centro de Reabilitação Antônio Aleixo, na sede do Movimento de Reintegração das Pessoas Atingidas pela Hanseníase (Morhan) e na Escola Municipal Violeta de Matos Areosa.
No dia 31, a partir das 8h, acontece uma caminhada de sensibilização dos moradores sobre a hanseníase no bairro Colônia Antônio Aleixo, na zona leste. A caminhada iniciará no Lago do Aleixo, percorrerá as ruas do bairro e terminará em frente ao Hospital Geraldo da Rocha, na praça central da comunidade.
Fuam – A Fundação Alfredo da Matta (Fuam), unidade referência no tratamento da doença no Amazonas, realiza buscas ativas com exames na capital e no interior do estado, por meio do Projeto Apeli. Em 2019, nos mutirões de atendimento, a triagem identificou 85 casos novos em 18 municípios do Amazonas, nos quais foram feitos 3.036 atendimentos, entre exames e consultas dermatológicas.
Durante o Janeiro Roxo, a Fuam estará com portas abertas para exames dermatológicos, e o prédio da unidade receberá iluminação na cor da campanha. A Fundação também enviou para os municípios materiais informativos para colaborar com a campanha.
Números – De acordo com o Boletim Epidemiológico de Hanseníase mais recente do Ministério da Saúde, nos últimos três anos foram registrados 1.333 casos da doença no Amazonas. Em 2018, o MS registrou 425 novos casos; em 2017, foram 460. Em 2019, até primeira quinzena de dezembro, o Sinan detectou no Amazonas 401 casos novos de hanseníase, o que representa uma redução de 12%, nos últimos três anos.
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