17:02 – 12/12/2019
FOTO: Jander Souza
Os oito anos de atividades do Centro Estadual Madalena Arce Daou, situado no bairro Santo Antonio, zona oeste, somaram-se ao encerramento das atividades de 2019, resultando numa programação especial nesta quinta-feira (12/12), que iniciou com um culto ecumênico às 8h30, seguido de apresentação de coral, danças para crianças, balé para adultos e crianças, além da dança das borboletas do carimbó e da peça “Natal Caboclo”. À tarde, a agenda teve ainda ação de embelezamento, aulão de ritmos, bingo e bolo de aniversário com direito a parabéns.
A diretora do Centro, Leila Bena da Silva Sampaio, disse que o leque de atividades foi grande e envolveu todos os parceiros: Secretaria de Estado de Assistência Social (Seas), que administra o Centro; Secretaria de Estado da Cultura e Economia Criativa, Centro de Educação Tecnológica do Amazonas (Cetam), Fundação Universidade Aberta da Terceira Idade (FUnATI) e a Secretaria de Estado de Desenvolvimento Econômico, Ciência, Tecnologia e Inovação (Sedecti).
Na opinião de Leila Bena, o bom de se fazer uma gestão compartilhada e intersetorial envolvendo os órgãos do governo estadual se traduz num resultado final excelente e de qualidade. “Foi o que aconteceu hoje aqui no Magdalena Arce Daou, que ofereceu ao público presente coral, teatro, dança, aulão de ritmos, bingo com produtos confeccionados por alunas do Centro para que a comunidade tenha a oportunidade ver como é feito esse trabalho”, disse.
Convivência diária – Para Raimunda Santos da Silva, de 85 anos, que há oito anos frequenta o Centro, participar da Dança das Borboletas é excelente para a memória e ao corpo. A aposentada que é viúva e mãe de 10 filhos, disse que está muito bem de saúde e considera o Centro sua segunda casa. “Faço dança, hidroginástica, assim como aula da memória, assisto palestra, sou uma pessoa feliz”, frisou.
A professora de artesanato, Alvina Canto, 63, ministra aula pela FUnATI de customização e bordado livre. No entanto, nos últimos cinco anos realiza no Magdalena Arce Daou um trabalho voluntário de pintura para senhoras. “Em sua maioria são mulheres idosas, entre 60, 70 e 80 anos, com problemas os mais diversos. Eu as abraço e apresento a pintura como uma forma de se desligar dos problemas e até criar uma fonte de renda”, disse.
Alvina Canto disse ainda que montou o grupo denominado Carimbó das Borboletas, com senhoras idosas, que gostam de dançar, e fazem história por onde passam. “Fazemos apresentações em várias comunidades, igrejas e até participamos do Festival Folclórico do Amazonas neste ano, informou, ressaltando que de março para cá já se apresentaram 38 vezes.
O cotidiano de mães com crianças portadoras de paralisia cerebral (PC) não é fácil, porque na maioria das vezes os filhos se tornam muito dependente delas. O Magdalena Arce Daou possui um setor denominado neuro funcional, onde várias crianças fazem tratamento fisioterápico, com resultados satisfatórios.
Ednelza Pereira dos Santos, 45, é mãe do Fernando Augusto dos Santos Pereira, 7, que faz tratamento no centro há quatro anos e hoje participou das homenagens. A mãe agradece o acolhimento recebido, lembrando que o filho chegou ao centro sem falar e nem andar, apenas engatinhava. “Hoje ele já consegue andar e falar, o que para mim é uma vitória”, informou Ednelza, frisando que a fisioterapia e a hidro ajudaram bastante no desenvolvimento motor de seu filho.
Apesar de constantemente frequentar o Centro, a mãe não usufrui das atividades por conta da dependência do filho que nasceu com paralisia cerebral. “Sempre tive vontade de participar, mas dei prioridade a ele, quem sabe com a evolução do tratamento possa tirar um momento para mim futuramente”, completou.
A rotatividade no Magdalena Arce Daou é grande: são em média 13 mil atendimentos mensais, dos tais 600 são voltados para o atendimento de pessoas com múltiplas deficiências. Leila Bena Sampaio disse que diariamente uma gama de pessoas são atendidas querendo informações sobre cursos de cabeleireiro, manicure, informática; cursos para memória, de neuro para crianças especiais, além de hidroginástica, pilates, entre outros.
No local funcionam vários grupos de convivência, entre os quais, de mães da neuro, dos idoso, do caratê de adultos e crianças; grupo do fuxico, da pintura. Segundo a diretora, a intenção é abrir outros grupos em 2020, o que vai resultar numa maior clientela.
“Estamos procurando parceiros; inclusive estamos fazendo contato com o pessoal da Sejusc (Secretaria de Estado de Justiça, Direitos Humanos e Cidadania), porque temos intenção de emplacar um projeto com nossos idosos e o órgão vai estar conosco trazendo esse público”, mencionou, destacando que as inscrições para participar das atividades do Madalena iniciam no início de janeiro. A programação do local é voltada para toda a família – criança, adolescente, idoso e todos que precisam de um lugar para se socializar.
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