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Por Sebastião de OliveiraEquipe Ascom Ufam
A defesa do memorial acadêmico da professora Maria Linda Flora de Noaves Benetton ocorreu na tarde de quarta-feira, 4, no auditório Professor Altair Fernandes dos Santos, do Instituto de Ciências Biológicas da Universidade Federal do Amazonas (ICB/Ufam), localizado no setor Sul do Campus Universitário, e permitiu a progressão funcional à classe de professora titular.
Durante a defesa, a docente traçou a trajetória em que destacou a experiência de 15 anos na coordenação do Curso de Licenciatura em Ciências Biológicas, na modalidade Educação a Distância (EAD). A defesa foi marcada pela riqueza de detalhes marcantes de sua vida, envolvendo circunstâncias desde a infância até a Academia, e foi avaliado pela Comissão Especial composta pelo presidente, professor Jefferson da Cruz da Ufam e membros, professores Sidineia Aparecida Amadio e José Celso de Oliveira Malta, ambos do Instituto Nacional de Pesquisa da Amazônia de (Inpa) e Everton Rabelo Cordeiro da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa).
Trajetória
Doutora em Parasitologia pela Universidade Federal de Minas Gerais (2003), a professora Maria Linda Flora de Novaes Benetton conta que costuma sintetizar o nome para “Flora Benetton” ou simplesmente “Flora”. Descendente de família tradicional italiana; é natural do estado de São Paulo, da cidade de Laranjal Paulista, e a segunda filha de sete irmãos. Tempos depois, mudou-se para a cidade de Piracicaba (SP), destacando-se nos estudos incentivados pelos pais, o que acabou refletido em sua carreira profissional.
Depois de interromper o colegial para fazer intercâmbio nos EUA, retornou ao Brasil para finalizar seus estudos. Ingressou na Universidade Federal de Juiz de Fora (MG), graduando-se, em 1986, no curso de Ciências Biológicas. Naquela ocasião, veio a vontade de conhecer o Amazonas. “Uma terra desconhecida”, assim dizia a professora que, já morando em Manaus, ingressaria no mestrado em Biologia de Água Doce e Pesca Interior do Inpa em 1996.
Primeiro curso EAD da Ufam
A professora Flora considera importante a avaliação do memorial. Ela disse que, quando começou a elaborar o processo em que reuniu toda uma documentação, isso permitiu que revisse sua história, o que a fez perceber o quanto contribuiu para a Universidade, tanto no ensino de graduação (presencial) quanto no Ensino a Distancia (EAD). Ela acredita que deixou um legado importante, especialmente coordenando o primeiro curso a distancia desta Universidade. Para a docente, muitos alunos do interior que cursaram o EAD não teriam condições de frequentar a Universidade, mas, atualmente, estão trabalhando na rede pública de Ensino.
As grandes transformações levadas aos alunos nos rincões amazônicos foram desenvolvidas pela professora que, durante uma reflexão, chegou a duvidar de que suas ações pudessem ter trazido tantos benefícios a essas pessoas. Segundo ela, isso ocorreu também no ensino presencial, a qual ministrou aulas em grande parte no curso de Medicina. “Hoje em dia; quando vou ao médico, sou atendida por um ex-aluno. Outro dia fiz uma cirurgia, foi realizada também por um ex-aluno e, quando voltei da anestesia, disse ‘está tudo bem?’ O anestesista falou ‘seu aluno aprendeu direitinho, professora’”, comentou ela.
“Creio que exercer a função de professor temos uma responsabilidade muito grande, repassando o conhecimento adquirido aos alunos, mostrando a importância desse conhecimento, da sustentabilidade, da vida e de se manter a floresta. Hoje, fazendo uma reflexão, somente eles podem impedir que isso se prolifere”, afirmou a docente.
Ela questionou ainda: qual o papel do professor? E disse que é formar profissionais qualificados para o mercado. “Essa é a nossa função”, completou. Ela acredita que o ensino é uma função primária da Universidade, e ficou lisonjeada e muito agradecida por poder contribuído dessa forma para a sociedade amazonense.
Publicação de Livro
Toda a vivência pedagógica na Universidade, mas principalmente na coordenação do Ensino a Distância, está sendo registrada para uma futura publicação. “O medo do desconhecido fez que eu criasse barreira, mas, depois que as coisas foram fluindo, vão acontecendo, passa a ser uma coisa natural. Ficou tão natural quanto dar aula presencial. Foi um momento desafiador, principalmente as distancias, assim como a diversidade cultural dos alunos. Exemplo disso são as diferenças entre um aluno da cidade e aquele que vive em uma comunidade indígena. Então, nós tínhamos que lidar com pessoas com culturas muito diferentes no próprio Estado”, analisou a oradora.
Currículo
A professora doutora Maria Linda Flora de Novaes Benetton possui graduação em Ciências Biológicas pela Universidade Federal de Juiz de Fora (1986), mestrado em Biologia de Água Doce e Pesca Interior pelo Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (1996) e doutorado em Parasitologia pela Universidade Federal de Minas Gerais (2003). Atualmente é professor associado I com dedicação exclusiva na Universidade Federal do Amazonas. Tem experiência na área de Saúde Coletiva, com ênfase em Parasitologia, atuando principalmente nos seguintes temas: doenças parasitárias, parasitoses intestinais, epidemiologia e saúde pública. Atua, desde 2006, como Coordenadora do Curso de Licenciatura em Ciências Biológicas, na modalidade a distância – EAD.