12:58 – 06/12/2019
FOTOS: Luís Mansueto/FCecon
Um paciente da Fundação Centro de Controle de Oncologia do Estado do Amazonas (FCecon), internado na Unidade de Tratamento Intensivo (UTI), conta com uma nova ferramenta para interagir com médicos, enfermeiros e familiares. A empresa MAP Technology está testando o uso de uma tecnologia assistiva para permitir que o paciente se comunique, navegue pela internet, estude e mantenha a vida ativa.
A tecnologia assistiva que está sendo testada utiliza sensores de câmera de alta precisão – identificam o posicionamento e o movimento da íris dos olhos – ligados a um notebook. Assim, com o movimento dos olhos, em um teclado virtual, o paciente consegue escrever o que deseja e/ou o que está sentindo. Os testes iniciaram no mês de novembro em um engenheiro diagnosticado com um tumor cerebral.
De acordo com o diretor-presidente da FCecon, mastologista Gerson Mourão, o paciente passou por cirurgia, mas ficou com sequelas que o impedem de movimentar membros e de falar. Mourão frisou que o projeto é pioneiro na Fundação em relação ao uso de tecnologias assistivas para o benefício do paciente.
“Trata-se de uma prática de humanização, social e assistencial em que o professor Manuel Cardoso – diretor executivo da MAP – foi sensível ao visualizar nosso paciente e inseri-lo em suas pesquisas. A parceria com a empresa também demonstra o avanço institucional na área de ensino e pesquisa”, disse Mourão.
Parcerias – Conforme a diretora de Ensino e Pesquisa (DEP/FCecon), Kátia Torres, o objetivo do projeto é permitir a interação do paciente internado na UTI, e o próximo passo é buscar parceiros que financiem a utilização da tecnologia em todos os leitos.
“Entregamos um dossiê ao Comitê das Atividades de Pesquisa e Desenvolvimento da Amazônia (Capda), da Superintendência da Zona Franca de Manaus (Suframa). A intenção é obtermos o credenciamento para buscar recursos no Fundo Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (FNDCT) gerado pelas empresas do Distrito Industrial”, salientou Torres.
A FCecon desenvolve pesquisas há mais de dez anos, segundo Torres, que envolvem pessoas da assistência – médicos, enfermeiros, psicólogos, farmacêuticos, dentre outros – que proporcionam benefícios aos pacientes e dão respostas às demandas das rotinas hospitalares.
Sensores – Diretor-executivo da MAP Technology, Manuel Cardoso explicou que os sensores utilizados na pesquisa são importados da Inglaterra. Ele frisou que essa tecnologia consegue identificar o posicionamento da íris, uma vez que o fundo do olho é branco. Assim, não é necessário utilizar os modelos anteriores que eram colocados na testa, maças do rosto e queixo.
Testes – Os primeiros testes com o paciente selecionado, conforme Cardoso, foram positivos. “O paciente conseguiu escrever no notebook. A próxima etapa é treiná-lo para acessar a internet e interagir pela rede mundial de computadores. Assim como qualquer outra pessoa faz com as mãos, ele fará com os olhos”, pontuou.
Como o paciente passa muito tempo deitado, Cardoso destacou que está sendo avaliada uma forma de posicionar o notebook de uma maneira mais confortável. Ele frisou que o paciente contará com o acompanhamento de psicólogo, fisioterapeuta, médicos e enfermeiros para observar os padrões de comportamento.
“Queremos entender como a tecnologia deve ser apresentada para motivar as pessoas. A ideia é que vire uma start up e seja disponibilizada para outras UTIs de hospitais públicos e privados, de forma a dar uma nova oportunidade para que essas pessoas descubram uma nova forma de viverem”, afirmou.
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