16:02 – 05/12/2019
Alunos da Escola Estadual Senador Manuel Severiano Nunes, na zona oeste de Manaus, participaram, no dia 29 de novembro, da premiação do Projeto Bodó de Ouro, um festival de curta-metragem interdisciplinar da área das Ciências Humanas desenvolvido no 4° bimestre. Pelo menos 1.200 alunos dos turnos matutino e vespertino estão envolvidos nos processos de criação, elaboração de roteiros e edição.
Os filmes foram exibidos uma semana antes da premiação, para que a comunidade também pudesse votar nos indicados por meio de enquete na Internet.
Para o professor Roderick Viana, desenvolver uma atividade interdisciplinar é um desafio constante para os docentes. “Sem dúvida, a experiência foi muito desafiadora, pois é sempre um estímulo trabalhar os conteúdos de forma diferenciada, fora da rotina de sala de aula e centrada no protagonismo juvenil”, conta.
O festival é dividido em duas categorias: de um e dez minutos. A categoria de um minuto é alusiva ao Dia da Consciência Negra. Já a de dez minutos possui temáticas diversificadas da área das Ciências Humanas.
Categoria de um minuto – O filme “Eduardo Ribeiro” foi um dos vencedores na categoria de um minuto e relatou a trajetória do político amazonense Eduardo Ribeiro. “O tema principal do nosso projeto era explanar sobre a consciência negra e, com isso, pensamos em valorizar alguém importante e não só focar no racismo. No filme, a intenção era deixar bem explícito quem ele era e o que ele fez pelo Amazonas”, disse o criador do projeto, Lucas Araújo de Souza.
Outro curta-metragem que saiu premiado foi “Consciência”, do estudante Maick Gomes, do 2º ano, que fala sobre o racismo no Brasil. “Nosso filme trouxe uma reflexão sobre a questão do preconceito social e religioso em que o negro sofre no nosso País, entre estes, questões como a violência policial retratada em tantos episódios recentes”, afirmou Maick.
O estudante explica, ainda, que ganhar o Bodó de Ouro foi recompensador, pois reconhece toda a dedicação para a produção do filme. “Nós somos brasileiros, temos sangue de índio e do negro, então, ter esse reconhecimento é muito importante, pois eu percebi que o público entendeu a mensagem que eu estava tentando passar, sobre o orgulho negro”, explana.
Categoria dez minutos – O filme “Um código, uma escolha”, do aluno José Paulo, foi um dos premiados. Ele conta a história de Emilly Santiago (Brenda Raquel), uma universitária que teve seu destino selado por uma escolha que lhe colocou em uma encruzilhada entre o certo e o errado.
“O filme inicia com uma detenta sendo entrevistada por uma repórter, onde a mesma conta a sua história, na qual ela era uma universitária, estagiária em um banco digital e sua família tinha muitas dívidas. Por conta disso, ela fez uma escolha errada, que foi hackear a empresa em que trabalha, o que a levou à prisão e a fez passar por situações que ela nunca imaginou”, revela Paulo.
Já o segundo curta vencedor, intitulado “O poder da oportunidade”, conta a história de um jovem pobre da periferia, que, após passar por uma situação de dificuldade, viu-se obrigado a assumir a responsabilidade sobre a mãe e a irmã e a buscar uma nova oportunidade, mesmo em meios a inúmeras dificuldades no seu caminho.
O representante da turma, Ruan Silva, afirma que ter vencido ao lado dos seus colegas foi gratificante e emocionante. “Não esperávamos o prêmio, pois foi tudo muito em cima da hora. Mas, quando fomos para a final, tivemos a certeza de que venceríamos. Trabalhamos muito e toda a turma se esforçou, então, o prêmio foi merecido e todos nós ficamos e estamos muito felizes com o reconhecimento do nosso trabalho”, concluiu Silva.
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