15:02 – 13/11/2019
FOTO: Divulgação/Susam
Em sete meses de implantação, o Regula+Brasil conseguiu reduzir a fila e o tempo de espera das dez especialidades médicas inseridas no programa federal, realizado em parceria com a Secretaria Estadual de Saúde (Susam) e as secretarias municipais. A fila para cardiologia, por exemplo, reduziu em 100%, e o tempo de espera dos usuários caiu de 122 para até 15 dias.
A solicitação de encaminhamento da aposentada Zilda da Silva, de 68 anos, para cardiologista foi inserida no Sistema de Regulação (Sisreg) no final de outubro, e em duas semanas ela foi atendida na Policlínica Gilberto Mestrinho, no Centro.
“Sempre faço um check-up todos os anos. A médica que me atendeu na Unidade Básica de Saúde (UBS) passou um eletrocardiograma, que deu uma alteração, foi então que me encaminhou para o cardiologista e, dessa vez, a consulta não demorou”, contou a aposentada.
Já a solicitação de consulta do paciente Antonio Barros, 98 anos, não estava preenchida conforme os critérios e, por isso, não era aprovada pelo Sistema de Regulação, obrigando-o a ficar na fila mais tempo. Após avaliação do Regula+Brasil, a solicitação voltou para a UBS, onde foi requalificada, e a consulta foi marcada de imediato.
A filha do paciente, Lucineia Barros, ressaltou que em menos de dois meses também conseguiu uma consulta para o urologista e marcou um retorno. De acordo com o Complexo Regulador, a fila para a urologia tinha mais de um ano de espera. O número de pessoas aguardando reduziu em 52%.
Consultas – Com o Regula+Brasil, houve redução média de 82% na quantidade de pessoas nas filas do Sisreg para as especialidades de cardiologia, colonoscopia, endoscopia, endocrinologia, gastroenterologia, ortopedia, pneumologia, proctologia, reumatologia e urologia.
Para cardiologia, endocrinologia, gastroenterologia, proctologia e reumatologia a redução foi de 100%. Com isso, as consultas são marcadas imediatamente e o usuário não precisa aguardar na fila para abertura de vagas para as especialidades.
Na ortopedia, a redução da fila foi de 90%, e os atendimentos são marcados de imediato. Nas especialidades de pneumologia e endoscopia, a diminuição foi de 19% e 13%, respectivamente.
Telerregulação – O programa Regula+Brasil é executado pelo Hospital Sírio Libanês, que possui uma central remota com médicos especialistas que atuam junto aos médicos da atenção básica por meio de telerregulação.
Segundo o secretário estadual de Saúde, Rodrigo Tobias, a redução da fila e do tempo de espera ocorre porque uma das ações do projeto é melhorar a qualidade dos encaminhamentos para especialistas que saem da rede de atenção primária e, sobretudo, porque o programa, por meio da telerregulação, tem buscado dar maior resolutividade nas UBSs, encaminhando para atendimento especializado só o paciente que realmente tem necessidade.
“Estima-se que o atendimento nas UBSs resolva 80% dos problemas de saúde da população. Qualificando melhor os encaminhamentos e com o auxílio dos médicos reguladores do Hospital Sírio Libanês, tem-se conseguido organizar a fila da regulação nessas dez especialidades”, afirma Rodrigo Tobias.
Ainda segundo ele, a intenção da Susam é observar a experiência do Regula+Brasil, buscar adaptar para o Sistema de Regulação (Sisreg) local e, assim, alcançar outras especialidades.
A coordenadora do Complexo Regulador, Lyana Portela, explica que ao avaliar as solicitações do Sisreg para as dez especialidades do programa, o telerregulador pode devolver com orientações para o acesso à teleconsulta ou também para complementação de informações clínicas para melhor condução do caso.
Assim, os encaminhamentos são melhor qualificados, e os médicos das UBS ficam em constante aprendizado para dar maior resolutividade aos casos.
“O objetivo é ampliar o quantitativo de teleconsultas, especialmente nas localidades de difícil acesso. Dessa forma, vários esforços estão sendo feitos no sentido de divulgar o Projeto junto aos médicos da atenção primária, com abordagens nas UBSs, Programa Mais Médicos em parceria com Universidade do Estado do Amazonas (UEA), Encontro Interfederativo de Saúde Indígena, dentre outros. O objetivo é ampliar o quantitativo de teleconsultas, especialmente nas localidades de difícil acesso”, observa.
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