O Hospital Universitário Francisca Mendes, zona Norte, corre o risco de passar a ser administrado por uma Organização Social (OS), o que na avaliação do deputado Serafim Corrêa (PSB) é a pior solução para a crise na saúde. A medida proposta pelo governo do estado vai deixar 541 terceirizados desempregados a partir do dia 4 de dezembro, data em que o convênio será encerrado.
“Entendo que nós vivemos uma crise muito grave nessa área, que vem sendo empurrada com a barriga e não vem sendo enfrentada. É necessário que esses funcionários sejam absorvidos pelo Francisca Mendes no prazo de dois anos e que depois seja realizado um concurso público. Eu sugeri isso no início do ano e o governo se comprometeu em fazê-lo”, defendeu o deputado durante discurso na Assembleia Legislativa do Amazonas (ALE-AM), na manhã desta quarta-feira, 6.
Segundo a presidente do Sindicato dos Trabalhadores em Estabelecimentos de Serviços de Saúde do Estado do Amazonas (Sindpriv), a enfermeira Graciete Mozinho, a categoria ainda está há dois meses com os salários atrasados.
“Não é justo isso. Ninguém tem culpa dos erros do passado. Temos uma data para sair, no dia 4 de dezembro, e não sabemos como vai ficar a nossa população. Estamos há dois meses sem receber o salário e o vale transporte. O Francisca Mendes atende não só pessoas de Manaus, mas do interior. Isso nos prejudica e prejudica o paciente. Estamos aqui em busca de respostas. Se uma OS entrar ali, nem todos irão entrar”, disse a enfermeira em cessão de tempo concedida pelo parlamentar.
Outro problema apontado pela Unisol, responsável pelo pagamento dos terceirizados, é que há três meses a Fundação não é paga pelo estado. Entre os argumentos utilizados está a falta de certidão negativa.
“Só que ao final, o governo do estado vai ter que pagar, porque senão, ao final, ele será um litisconsórcio passivo nas ações da Justiça do Trabalho. Há um sentimento de irritação dessas pessoas e com justa razão. Foi marcada uma reunião com a categoria, que foi cancelada e marcada para dois dias depois. Essa é uma questão que mexe com crianças, com famílias, que mexe com vidas. Então, não está havendo realismo e sinceridade, responsabilidade de quem teria que ter sobre o problema. Daí o desespero dessas pessoas de buscarem o parlamento. Todos aqui querem contar com uma solução”, concluiu Serafim.
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