Últimas notíciasPublicação digital conta com textos escritos por estudantes indígenas do mestrado e doutorado em Antropologia Social da Universidade Federal do Amazonas
O Programa de Pós-Graduação em Antropologia Social da Universidade Federal do Amazonas (PPGGAS) divulga o lançamento do 8º número da publicação digital “Cadernos do NEAI”.
A publicação conta com 3 textos escritos por estudantes indígenas da pós-graduação, mestrado e doutorado, em Antropologia Social da Universidade Federal do Amazonas.
O primeiro texto, de autoria da indígena Sateré-Mawé Clarinda Maria Ramos, descreve aspectos de sua trajetória de vida, desde seu nascimento na Comunidade Indígena de Ponta Alegre, localizada no município de Barreirinha, até os primeiros serviços como atendente de caixa no supermercado Casa do Óleo, em Manaus. A autora foca em sua formação educacional, fornecendo uma emocionante descrição dos desafios da vida de um indígena: educação, preconceito, mudanças entre comunidades e cidades. Confira o texto “A saga por único caminho possível” .
O segundo texto, intitulado “Nʉhkʉrĩ, yuhkʉdukawi’i: a mata, o espaço exuberante na atribuição dos yuhkʉrimahsã”, é de autoria de Gabriel Sodré Maia, indígena Yepamahsã, estudante de doutorado do PPGAS-UFAM. Trata-se de uma reflexão descritiva sobre a relação entre a mata, a floresta (nʉhkʉrĩ, yuhkʉdukawi’i, respectivamente) e os yuhkʉrimahsã (seres invisíveis). Sua descrição aborda música indígena, festas, ética, rituais, cosmologia e tece relações com vários tipos de frutas que se encontram nas florestas.
O terceiro texto é assinado por Suegū Dagoberto Lima Azevedo, também indígena Yepamahsã, da região do rio Tiquié e reúne dados etnográficos resultantes da oficina realizada pelo doutorando sobre Paâtu (coca) na Serra da Mucura, Terra Indígena Alto Rio Negro, Amazonas, Brasil. A partir desses dados, desdobra-se uma reflexão sobre a relação do consumo do paâtu como um catalisador da memória entre os Yepamahsã. Seus efeitos permitem, entre outras coisas, lembrar de antigos ensinamentos e narrativas cosmológicas, relacionando a planta da coca como um intermediário entre os Yepamahsã de hoje e os seus primeiros antepassados. Acesse o número 08 do “Cadernos do NEAI”