15:06 – 28/10/2019
FOTO: Divulgação/SSP-AM
O exame de comparação balística é um trabalho minucioso que requer muita técnica e experiência. Realizado no Instituto de Criminalística (IC), o procedimento é capaz de auxiliar na elucidação de casos e até apontar possíveis homicidas. Só este ano, os peritos, por meio deste exame, já conseguiram auxiliar a Polícia Civil do Amazonas (PC-AM) em cerca de 30 investigações de homicídio.
Ao serem apreendidas, as armas de fogo são submetidas à perícia. Percebendo a necessidade ou quando há a suspeita de que esta arma tenha sido usada em algum homicídio, por exemplo, o delegado de polícia responsável pelo processo de investigação pode solicitar que, além da perícia regular, o armamento passe pelo exame de comparação balística. Este é o momento em que inicia o trabalho dos peritos do setor de balística forense.
“Quando acontece um crime envolvendo arma de fogo, normalmente são deixados vestígios de munição no local do crime ou também podem ser retirados da vítima, no cadáver. Quando se tem uma arma suspeita, esse material é encaminhado ao setor de balística forense, tanto os vestígios de munição quanto essa arma suspeita”, afirmou o doutor em Ciências Biológicas Ulisses Neiss, perito do IC.
O exame de comparação balística tem o objetivo de associar os vestígios de munição a uma arma de fogo que foi, possivelmente, usada em um provável crime. Mas, para isso, é preciso que os padrões desta arma suspeita sejam colhidos. “A gente precisa atirar com a arma, colher o projétil padrão desta arma e também as cápsulas de munição, que são chamadas de estojos. Com esses elementos de munição padrão da arma de fogo, a gente pode fazer a comparação com os vestígios balísticos encontrados em uma cena de crime ou retirados de um cadáver”, explicou Neiss.
Os exames são realizados no microcomparador balístico, equipamento altamente tecnológico, de fabricação importada, que permite a visualização de microdeformações nos projéteis. Com o auxílio do computador, é possível fazer a associação com a arma de fogo suspeita. Por meio do equipamento é possível verificar essas convergências, podendo afirmar se um determinado projétil foi expelido pelo cano de uma arma de fogo questionada.
Após a análise, os laudos dos peritos são repassados à equipe de investigação, para serem anexados aos autos do processo. A arma e os projéteis são encaminhados à Divisão de Recebimento, Análise e Distribuição de Inquéritos e Termos Circunstanciados de Ocorrência e de Armazenamento de Material Apreendido (Drad), da Polícia Civil, e, posteriormente, à Justiça.
Armas apreendidas – De janeiro a junho deste ano, as forças de Segurança do Amazonas apreenderam 1.175 armas na capital, de acordo com registros do Instituto de Criminalística. Este é o maior volume de armas apreendidas pelas polícias em um primeiro semestre desde 2014. Na comparação com o ano passado, o crescimento foi de 12%.
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