FOTO: DIVULGAÇÃO/FVS-AM
A equipe técnica da Fundação de Vigilância em Saúde do Amazonas (FVS-AM) presente desde segunda-feira (14/10) em Tabatinga, distante 1.110 km de Manaus, divulgou nesta quinta-feira (17/10) um relatório parcial do andamento das ações executadas na cidade para o controle do mosquito Aedes aegypti, transmissor da dengue, zika e chikugunya. A cidade de Letícia, na Colômbia, que faz fronteira com Tabatinga, está com um surto para a doença, com 600 casos de dengue confirmados.
De acordo com a diretora-presidente da FVS-AM, Rosemary Costa Pinto, a equipe deslocada pela FVS composta por especialistas em vigilância ambiental, epidemiológica e laboratorial instalou um Comitê de Crise em Tabatinga, com a participação de especialistas de Letícia, representantes das Forças Armadas e da Secretaria Municipal de Saúde de Tabatinga.
“Foi definida a articulação com a Colômbia para definição de estratégias conjuntas de vigilância epidemiológica e diagnóstico precoce de casos suspeitos de dengue”, disse Rosemary. Ela acrescentou que as ações coordenadas de controle vetorial contra o Aedes aegypti na área de fronteira entre as duas cidades estão concentradas em dois bairros: Santa Rosa e São Francisco. “Não há novas notificações na cidade amazonense, que permanece até o momento com 34 casos notificados suspeitos de dengue, sendo 12 confirmados pelo Laboratório de Fronteira (Lafron-FVS), o que representa 35,29% do total de casos notificados”.
De Tabatinga, a gerente de Doenças Transmitidas por Vetores- Dengue da FVS, Luzia Mustafa, informou que há um esforço coletivo entre os profissionais e a população local para combater o mosquito. “Além das ações de controle vetorial voltadas para eliminação de criadouros, há também uma intensa mobilização social com enfoque em educação em saúde, para estimular a prática de verificação semanal voltada para eliminação de depósito de água, tanto no ambiente doméstico quanto no trabalho”.
Luzia destacou também as atividades do diagnóstico situacional, elaboração do fluxo de notificação e atendimento para hospital, unidade básica de saúde e a Unidade Pronto Atendimento (UPA). “Na área laboratorial, a coleta de amostras de casos suspeitos para dengue e outros agravos de notificação compulsória junto à vigilância epidemiológica, atenção básica, UPA 24h e Maternidade Celina Villacrez e Hospital de Guarnição de Tabatinga – HGUT devem ser encaminhados para o processamento no Laboratório de Fronteira (Lafron-FVS)’’, explicou.
Luzia informou ainda que o Lacen-FVS, em parceria com a Fundação Osvaldo Cruz da Amazônia (Fiocruz), realiza um estudo molecular para a identificação do tipo de vírus da dengue que está circulando em Tabatinga, bem como o rastreamento de possível circulação simultânea dos vírus de zika e chikugunya.
Casos de doenças – No último boletim epidemiológico de doenças transmitidas por vetores do Aedes aegypti, elaborado pela FVS-AM, zika apresenta redução de 74% em 2019. De janeiro a setembro foram notificados 112 casos, contra 443 casos no mesmo período de 2018. Dengue também apresenta redução de 21% em 2019. Foram notificadas 3.372 casos contra 4.271 no ano passado.
Na contramão da redução, a febre chikugunya apresenta aumento de 15%. Até setembro de 2019, foram notificados 192 casos da doença contra 166 casos notificados em 2018.