Em atendimento a um ofício protocolado na véspera pelo presidente da Câmara Municipal de Manaus (CMM), vereador Joelson Silva (PSDB), representantes da Prefeitura de Manaus estiveram na casa legislativa na manhã desta quarta-feira (9), para dar explicações em relação as notícias veiculadas nos meios de comunicação sobre um suposto uso indevido da estrutura da prefeitura, no caso que culminou com o homicídio do engenheiro Flávio Rodrigues.
Durante a reunião, que durou quase três horas, o secretário de Articulação Política, ex-vereador Luiz Alberto Carijó, e o procurador geral do município, Rafael Albuquerque de Oliveira, descartaram qualquer envolvimento do prefeito Arthur Neto no episódio, e informaram que uma sindicância foi instalada por meio de duas comissões, criadas pelo próprio poder executivo, para que os fatos administrativos sejam apurados e levados a público.
Além dos vereadores, a sessão foi acompanhada por populares, jornalistas e até por um grupo de estudantes, como parte do programa Curumim no Parlamento, da CMM.
Dezenove, dos 38 parlamentares presentes, manifestaram-se com vários questionamentos. Ao final, Joelson Silva destacou que a reunião foi altamente produtiva e que, mais uma vez, a CMM cumpriu o papel dela de forma transparente e respeitosa à sociedade como um todo.
“Primeiramente, quero prestar meus sentimentos à família, todos nós vereadores somos pais de família e também estamos enlutados. Acredito que a Câmara cumpriu o seu papel, com a vinda dos representantes da Prefeitura a esta casa. Os esclarecimentos foram prestados, naquilo que puderam fornecer de informações. Nós vamos continuar cumprindo o nosso papel com imparcialidade, tranquilidade, serenidade, que é o mais importante aqui nesta casa”, disse o presidente da CMM.
Basicamente, três questões foram abordadas e respondidas por Carijó, por conta da repercussão que geraram, após publicações na mídia. A primeira está relacionada ao sargento Da Paz, que é servidor municipal e presta serviços no Gabinete Militar, na segurança do prefeito. O mesmo estava de folga e depois deslocou-se até a casa de Alejandro Valeiko, sem nenhuma ordem superior para que fizesse isso, de acordo com o secretário.
“O prefeito estava num procedimento médico, sedado, no Hospital Adventista”, justificou. O sargento da Paz continua preso, à disposição do inquérito policial. E, enquanto ele não estiver no serviço da função, também não recebe pagamento salarial”, disse Carijó.
Passagens
Outra questão está relacionada a passagens e diárias, que os servidores teriam se beneficiado na viagem que fizeram com Alejandro Valeiko (filho da primeira dama de Manaus, Elizabeth Valeiko), logo após o homicídio.
“Não houve dinheiro, nem passagem paga pela prefeitura, e nenhum deslocamento pago com o erário”, frisou o ex-vereador, e ressaltou que os fatos serão apurados, seguindo determinação do próprio prefeito Arhur e, se for necessário, haverá punições dentro do rigor e da delimitação da lei.
Acobertamento
Por fim, a terceira questão relaciona-se a uma interferência do prefeito na apuração dos fatos pela polícia. Carijó explicou que tanto o prefeito quanto a prefeitura estão muito tranquilos em relação a isso.
“Quem não deve, não teme. O prefeito está com a consciência tranquila, porque não deve nada. A prefeitura tomou todas as medidas administrativas. Outros fatos que forem necessários, também serão instruídos para que tudo fique claro, isso é uma determinação do prefeito”, concluiu.
Com base no decreto municipal 2572, de 22 de outubro de 2013, que garante a segurança do prefeito, do vice e suas famílias, o procurador Rafael Albuquerque acrescentou que o momento é de cautela e prudência.
“Tomadas as devidas providências, o trabalho investigativo está previsto para ser concluído em até 45 dias”, garantiu o procurador.
Texto: Valdete Araújo-Assessoria da Presidência/CMM
Foto: Robervaldo Rocha – Dircom/CMM