Últimas notíciasO Hospital Universitário Getúlio Vargas da Universidade Federal do Amazonas (HUGV/Ufam), filiado à rede hospitalar Ebserh, promoveu na sexta-feira, 20, o I Simpósio de Sexualidade da Mulher com Câncer, coordenado pelo Serviço de Ginecologia, Unidade de Saúde da Mulher, da Criança e do Adolescente do Hospital.
O Simpósio é fruto das discussões e experiências do Ambulatório Multidisciplinar de Sexualidade (AMS/HUGV), implantado em abril deste ano, que tem como meta a divulgação do serviço ambulatorial entre os profissionais de saúde da Instituição, assim como conseguir um fluxo de encaminhamento de pacientes. O AMS, tutorado e supervisionado pela enfermeira Carmem de Paula, do Instituto Nacional do Câncer (Inca), é o segundo do Brasil a tratar exclusivamente do assunto.
De acordo com a chefe da Unidade de Saúde da Mulher, da Criança e do Adolescente do HUGV, psicóloga Michele Saray Bonfim, os dados do Inca de 2018 mostram que no Amazonas existe a perspectiva de 420 novos casos de câncer de mama e 840 de câncer de colo uterino por ano, e tanto o diagnóstico do câncer como seu tratamento podem trazer grandes transtornos para a função sexual das mulheres. “Para promover justamente essa reabilitação e a melhoria da qualidade de vida das mulheres sobreviventes do câncer, implantamos o Ambulatório, supervisionado pela enfermeira Carmen Lúcia de Paula, fundadora do primeiro ambulatório de sexualidade para mulheres com câncer ginecológico do Inca”, afirmou Michelle.
A ginecologista Cíntia Cardoso Pinheiro, uma das organizadoras do evento, ressaltou ter se surpreendido com a demanda por vagas da comunidade acadêmica e assistencial. “Superou todas as expectativas. Quando planejamos o simpósio, achamos que faríamos uma programação para poucas pessoas, mas a procura foi tão grande que tivemos que solicitar vagas extras. As pessoas realmente estão participando, perguntando, trocando ideias, elogiando os temas, e isso é bastante satisfatório”. A médica ainda ressalta a importância do fomento de discussões sobre o tema para os serviços de oncologia no País. “Precisamos levar cada vez mais essa discussão para a academia e para os serviços de oncologia, como o que temos no HUGV, para que o profissional de saúde seja habilitado a abordar e fazer o tratamento adequado dessas pacientes”, afirmou Cíntia.
A enfermeira Carmem de Paula, palestrante inicial do evento, fundadora do primeiro ambulatório de sexualidade para mulheres com câncer ginecológico do Inca e supervisora da implantação do AMS do HUGV, se declarou satisfeita com o evento e, especialmente com o ambulatório. “É um ganho relevante para a equipe multidisciplinar que aqui atua no contexto de cuidado da mulher com câncer ginecológico, porque abordar a sexualidade não é uma tarefa simples do profissional e muito menos para as pacientes. Então, a instituição ter profissionais comprometidos e preocupados em garantir a continuidade do cuidado a essa mulher, dando esse direcionamento, é inovador dentro da proposta de cuidado da saúde pública nas instituições do SUS. É um ganho e um diferencial que precisa e deve ser mantido, disseminando para as outras regiões do Brasil”, afirmou a palestrante.
“É preciso trabalhar a qualidade de vida e abordar a sexualidade dentro de um contexto multidisciplinar, onde os profissionais, cada um dentro de sua função, possam contribuir para diminuir o impacto do diagnóstico e monitorar de uma forma eficaz os efeitos adversos causados pelas bases de tratamento radicais, como cirurgias, quimio e radioterapia na região pélvica”, concluiu.
Sobre a Rede Hospitalar Ebserh
O Hospital Universitário Getúlio Vargas faz parte da Rede Hospitalar Ebserh desde novembro de 2013. Vinculado ao Ministério da Educação (MEC), a Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares (Ebserh) foi criada em 2011 e, atualmente, administra 40 hospitais universitários federais, apoiando e impulsionando suas atividades por meio de uma gestão de excelência.
Como os hospitais vinculados a universidades federais, essas unidades têm características específicas: atendem os sistemas do SUS, e, principalmente, apoiam a formação de profissionais de saúde e o desenvolvimento de pesquisas. Devido a essa natureza educacional, os hospitais universitários são campos de profissionais de saúde. Com isso, a Rede Hospitalar Ebserh atua de forma complementar ao SUS, não sendo responsável pela totalidade dos atendimentos de saúde do país.