O PL 257/2019, de autoria do vereador Elias Emanuel (PSDB), que proíbe a fabricação, venda e utilização de andador infantil, entrou na pauta de análise da Comissão de Constituição e Justiça e Redação da Câmara Municipal de Manaus (CCJR/CMM). Projeto de lei similar também está em tramitação na Câmara dos Deputados para proibir fabricação em todo o território nacional.
“O andador só prejudica o desenvolvimento da criança, há casos de crianças que tiveram até traumatismo craniano ao caírem. Pegue na mão de seu filho para caminhar”, defende o vereador.
Para a pediatra Grace Marques, o andador é um objeto desnecessário e bastante perigoso. “A Sociedade Brasileira de Pediatria desaconselha o uso deste baseado nas evidências de que nenhuma criança deixa de aprender a andar por falta de andador. Além de supérfluo, é muito perigoso”.
De acordo com a médica, há registrados acidentes dos mais variados, inclusive com óbitos por traumatismo craniano em crianças que caíram com o andador de grandes desníveis ou escadas. “Algo terrível e evitável se a criança estivesse no tapete emborrachado no chão sem objetos perigosos ao redor e obedecendo a evolução natural do seu desenvolvimento”.
A pediatra destaca ainda que o ganho de força muscular, equilíbrio e coordenação de movimentos se dá de forma crânio-caudal nos bebês. “Isso significa que primeiro eles firmam o pescoço, depois o tronco, depois o quadril e por último os membros inferiores. Portanto, fica bem claro que tentar fazer a criança andar antes de ter o desenvolvimento adequado para a idade dela, só fará um desajuste nessa evolução”, frisa. “É como se fizéssemos o bebê aprender a andar estando sentado naquele suporte do andador, e isso não nos parece nada fisiológico, não é?”.
Texto: Liege Albuquerque (Dircom/CMM)
Foto: Robervaldo Rocha – Dircom/CMM
Edição: Francismar Lopes – Dircom/CMM