Para lembrar o Dia Nacional de Luta da Pessoa com Deficiência, estudantes do Centro Paula Souza falam sobre rotina e desafios
Em homenagem ao Dia Nacional de Luta da Pessoa com Deficiência, comemorado em 21 de setembro, o Centro Paula Souza (CPS) apresenta as histórias de alguns dos seus estudantes e mostra o trabalho desenvolvido para garantir condições iguais a todos os alunos.
Para a assessora de Inclusão da Pessoa com Deficiência do CPS, Alessandra Costa, a integração no ambiente escolar é fundamental para o aprendizado e desenvolvimento do estudante com deficiência. “Quando o aluno participa ativamente das atividades escolares, suas chances de conseguir uma boa colocação no mercado de trabalho, voltada para sua vocação e habilidades, aumentam. Por isso, nos preocupamos em compreender as necessidades de cada estudante, de modo que o atendimento se adapte ao seu cotidiano”, afirma Costa.
Essa adaptação já começa no processo seletivo. Na ficha de inscrição do Vestibulinho ou do Vestibular, o candidato pode solicitar prova em braille ou ampliada, intérprete de libras ou escolha do melhor local para fazer o exame. Ao ingressar na instituição, o aluno é entrevistado para que sejam definidas as tecnologias assistivas e a metodologia de ensino adequadas.
Juliana Prates, de 26 anos, tem deficiência visual e é aluna do curso técnico de Teatro na Etec de Artes, na capital. “[Os outros estudantes]ajudam no que for preciso, fazemos grupo para trabalhar. Não acontece de eu ficar ‘largada’ nos grupos. Eles sempre estão ali para saber se eu preciso de alguma coisa. Eu também deixo [claro] para eles que estou disposta a fazer as coisas. Então é uma convivência super legal”, conta a estudante, que no futuro quer ser dubladora.
Nos últimos três anos, as Escolas Técnicas (Etecs) e Faculdades de Tecnologia (Fatecs) estaduais quase triplicaram o número de alunos que apresentam algum tipo de deficiência física, intelectual, visual, auditiva ou múltipla. Em 2016, eram 375 e hoje são 868 jovens atendidos nas unidades. Para fazer frente a essa demanda, em 2018, cerca de 1.130 professores e outros profissionais foram capacitados para atender esses estudantes.
Matheus Delallo, de 19 anos tem Síndrome de Asperger, e é aluno do curso superior tecnológico de Mecânica, na modalidade Processos de Produção, da Fatec São Paulo. Ele conta que no início tinha receio que seria difícil, mas que cada vez mais está integrado ao curso. “Eu fico muito feliz com esse amor e carinho”, diz.