De acordo com dados do Infosiga SP, uma em cada três ocorrências envolve pessoas com mais de 60 anos em São Paulo
Os pedestres formam o segundo maior grupo vítima de acidentes de trânsito no Estado de São Paulo, atrás apenas dos motociclistas. E, nesse segmento, os idosos lideram as estatísticas.
Segundo o Infosiga SP, sistema de dados criado e gerido pelo programa Respeito à Vida, do Governo de São Paulo, uma em cada três vítimas pedestres tem mais de 60 anos. Segundo especialistas, a solução para esse problema passa pela adaptação do espaço urbano e, principalmente, pela condução responsável.
Nos últimos 12 meses, o Infosiga SP registrou 1.388 óbitos de pedestres em todos os 645 municípios paulistas. Desses, 500 foram de pessoas com mais de 60 anos, correspondendo a 36% do total. A maioria das ocorrências (57%) ocorre em vias urbanas e 61% acabam falecendo nos hospitais, impactando o sistema de saúde.
“Sabemos que a mobilidade dos idosos é diferente e precisamos respeitar essa condição. O espaço urbano precisa ser adequado para garantir travessias seguras, principalmente em avenidas e outras vias com grande circulação. Mas tudo passa também pela consciência de quem conduz os veículos, que deve buscar proteger pedestres de todas as idades”, salienta a coordenadora do programa Respeito à Vida, Silvia Lisboa.
Acidentes
Os dados do Governo de São Paulo revelam também os períodos mais críticos para acidentes. Mais de um terço (37%) dos atropelamentos de idosos ocorre à noite e madrugada. Os dias com maior índice de ocorrências são as sextas-feiras (18%) e os sábados (16%).
Quando analisados os veículos envolvidos nos acidentes, os automóveis estão presentes em 38% das ocorrências, enquanto as motos correspondem a 28% dos casos. O Infosiga SP também traça o perfil da vítima idosa: 68% são homens e 32% mulheres, índices bem distintos da média geral do Estado para todas as idades – 81% homens e 19% mulheres.
“Ao verificarmos os números do Infosiga SP, fica clara a necessidade de investimentos em iluminação e adequação de tempos semafóricos. O programa Respeito à Vida mantém convênios com mais de 300 cidades do Estado e muitos projetos incluem essas melhorias. Um espaço urbano pensado para o pedestre e para o idoso é um aliado importante na missão de salvar vidas no trânsito”, finaliza Silvia Lisboa.