Duas iniciativas de unidades de Botucatu terão à disposição recursos para implantação, ampliação e contratação de bolsistas
Dois projetos de pesquisa ligados à Faculdade de Medicina de Botucatu (FMB), da Universidade Estadual Paulista (Unesp), foram selecionados no Programa de Pesquisa para o SUS: Gestão Compartilhada em Saúde (PPSUS).
Os trabalhos foram selecionados por serem consideradas iniciativas que promovem o desenvolvimento científico, tecnológico e de inovação da área de saúde, com o objetivo de fortalecer o Sistema Único de Saúde (SUS) no território paulista. Cada projeto receberá investimento de cerca de R$ 200 mil para implantação, ampliação e contratação de bolsistas.
Foram escolhidos os projetos “Integração entre hospital terciário e unidades básicas de saúde – Redesenhando a alta hospitalar”, da diretora de Assistência do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina de Botucatu (HCFMB) e docente da FMB, Erika Ortolan, e “Estratégias para superar a subutilização da diálise peritoneal como opção de terapia renal substitutiva crônica”, de autoria da nefrologista da Unidade de Diálise do HCFMB e Coordenadora da Pós-Graduação Fisiopatologia em Clínica Médica da FMB, Daniela Ponce.
Modelo
O objetivo do PPSUS é apoiar as atividades de pesquisa, mediante o aporte de recursos financeiros. Após dois anos, os projetos serão disponibilizados ao Ministério da Saúde, para que possam ser usados como modelo.
“Ter nosso trabalho selecionado foi uma alegria muito grande, pois o resultado é a união das minhas duas funções principais: professora e gestora. Quando você faz gestão aliada à pesquisa, o resultado é sempre o melhor”, ressalta Erika Ortolan.
“O reconhecimento do nosso trabalho por um programa tão importante como o PPSUS nos incentiva ainda mais a investir em formas de melhorar o atendimento aos nossos pacientes”, salienta Daniela Ponce.
O projeto é realizado pelo Governo do Estado, por intermédio da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp), em parceria com a Secretaria de Estado da Saúde de São Paulo, o Ministério da Saúde e o Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq).
Integração
Com o intuito de melhorar o atendimento SUS prestado à população, o trabalho liderado por Erika Ortolan propõe uma maior e melhor interação entre as Unidades Básicas de Saúde (UBS) e o HCFMB, reduzindo as taxas de reinternação hospitalares.
“O projeto tem o objetivo de capacitar servidores, informar o máximo possível de dados ao médico da UBS, auxiliando a fixação do atendimento dos pacientes nas Unidades Básicas, sem precisar ser internado novamente”, explica a autora. “Com isso, fortalecemos a parceria com as UBS, ajudamos no cuidado do paciente e diminuímos as taxas de reinternação”, completa.
Desafio
Um dos maiores desafios da Unidade de Diálise do HCFMB era fornecer tratamento de substituição renal aos pacientes que necessitavam, sem ter mais vagas de hemodiálise no serviço e na região. Com isso, a nefrologista Daniela Ponce iniciou, com a equipe, a implantação do projeto de diálise peritoneal de início não planejado, como alternativa de método dialítico inicial aos pacientes incidentes em diálise no hospital.
“Em razão da escassez de vagas de hemodiálise, implantamos a diálise peritoneal como porta de entrada para o paciente renal crônico. Com o incentivo do PPSUS, poderemos expandir o programa a outras unidades, capacitar os profissionais, comparar as complicações de método e, principalmente, comparar o custo-efetividade”, afirma a médica.
O projeto, em andamento no HCFMB, no Hospital Estadual de Bauru (HEB) e no Hospital de Base (HB) de Bauru, zerou a fila de espera de pacientes de 68 cidades da região.