Foi eleita e tomou posse no Senado nesta terça-feira (17) a comissão executiva do Grupo Parlamentar Brasil–Argentina, que será presidido pelo senador Fernando Collor (Pros-AL) e terá a deputada Bruna Furlan (PSDB-SP) como vice-presidente. Também foi aprovado o estatuto do colegiado.
Collor disse que o grupo tem o papel de fazer a boa política e trazer o bom senso às questões entre os dois países, de modo que as relações bilaterais não sofram qualquer tipo de alteração e “estejam absolutamente defendidas de toda e qualquer interferência”. Para ele, os laços entre Brasil e Argentina transcendem as relações entre governos, porque estão baseados no entendimento entre as duas nações e disseminados na sociedade.
— Acima de questões eventualmente pessoais que se coloquem nas relações Brasil-Argentina, encontra-se algo muito mais importante que é o entendimento entre as duas principais nações da América do Sul — disse o senador, lembrando que a Argentina é o terceiro parceiro comercial do Brasil e o maior parceiro no setor de produtos manufaturados.
Ele destacou o papel da comissão para que sejam discutidos e superados os entraves que atrapalham o avanço das negociações no âmbito do Mercosul. E disse que esse trabalho deverá ser feito em conjunto com um grupo semelhante que está sendo formado no Parlamento argentino. Collor informou que o Senado do país vizinho já aprovou um projeto de lei que cria uma comissão bicameral permanente de integração bilateral e cooperação entre as duas nações. No momento, a proposta está em discussão na Câmara dos Deputados argentina.
— Cabe a nós, juntamente com os integrantes do Congresso argentino, trabalhar para superar essas dificuldades em prol do nosso desenvolvimento inclusivo e duradouro — afirmou.
Trocas
A instalação da comissão contou com a presença do encarregado de negócios da Embaixada da República Argentina no Brasil, ministro Roberto Bosch. Ele agradeceu a iniciativa do Congresso brasileiro e reforçou a importância dos grupos parlamentares que estão se formando nos dois países.
— As relações entre Brasil e Argentina vão além dos governos ou da simpatia das pessoas que estão no poder no momento. Trocaremos iniciativas em questões aduaneiras, sanitárias, fitossanitárias e demais assuntos bilaterais — afirmou.
Integrante do grupo, o deputado federal Paes Landim (PTB-PI) elogiou a reativação do colegiado e a escolha de Fernando Collor para a presidência.
— Gostaria de parabenizar o senador Fernando Collor por sua visão histórica e pelo trabalho desta comissão. O Parlamento não poderia deixar de dar sua contribuição para reforçar ainda mais as relações Brasil e Argentina, que são da maior importância para o nosso país. Essa é uma bela demonstração de compromisso com a história — disse.
Parceria
O grupo parlamentar foi criado em fevereiro de 2016 (Projeto de Resolução 5/2016) e tem como finalidade incentivar e desenvolver as relações bilaterais entre os Poderes Legislativos das duas nações. A autoria do projeto foi do ex-senador Aloysio Nunes Ferreira. O colegiado é composto por dez senadores e dez deputados titulares.
Brasil e Argentina possuem uma linha de fronteira de 1.261 quilômetros e somam aproximadamente dois terços do território, da população e do Produto Interno Bruto (PIB) da América do Sul, sendo o país vizinho o terceiro que mais recebe exportações brasileiras.
De acordo com o Ministério das Relações Exteriores brasileiro, o comércio entre os dois países alcançou US$ 26 bilhões em 2018. Um dos setores mais beneficiados com a parceria é o automotivo, que gera efeitos diretos em diversos campos da economia como mineração, petróleo e gás.
Agência Senado (Reprodução autorizada mediante citação da Agência Senado)