Cerca de 200 crianças conheceram no Senado, nesta terça-feira (17), o cartunista Mauricio de Sousa e alguns personagens de suas histórias em quadrinhos. O encontro aconteceu no Auditório Petrônio Portella durante homenagem, promovida pela Casa, em reconhecimento às obras do cartunista voltadas à inclusão social das pessoas com deficiência. Participaram do evento crianças com deficiência matriculadas em escolas públicas do Distrito Federal e em instituições conveniadas com o governo local, além de filhos de colaboradores da Casa.
Além dos personagens Mônica e do Cebolinha, estiveram presentes o personagem Luca, menino cadeirante inspirado nos atletas paralímpicos e fã de Herbert Vianna, vocalista do Paralamas do Sucesso que ficou paraplégico após um acidente com um ultraleve, e a personagem Dorinha, menina cega inspirada na educadora Dorina Nowill, criadora da Fundação Dorina Nowill para Cegos.
Na abertura da cerimônia, Mauricio de Sousa falou sobre o empenho no sentido de incluir cada vez mais a diversidade e a inclusão para suas histórias. Segundo o cartunista, desde o início, o espírito de amizade e tolerância estavam presentes na Turma da Mônica, mas, com o tempo, ele percebeu que faltava retratar pessoas com deficiência.
— Eles [pessoas com deficiência] também têm amigos e gostam de brincar, como toda a turma. Luca, cadeirante, Dorinha, com deficiência visual, Tati, com síndrome de Down, André, dentro do Transtorno do Espectro Autista, Edu, com distrofia muscular. Todos eles vêm nos ajudando a levar à sociedade o tema da inclusão — disse o cartunista.
Respeito
O senador Eduardo Gomes (MDB-TO), autor do requerimento para a homenagem, afirmou que o cartunista, por meio de sua arte, ensina os brasileiros sobre os princípios de tolerância, respeito, amizade e amor.
— Esta homenagem vem também como um alerta para que artistas, como o Mauricio de Sousa, tenham condições de desenvolver sua arte e que sejam, mais do que nunca, orgulho para todos os brasileiros. Então, hoje, com a apresentação da Dorinha e do Luca, muito mais perto fica a arte de Mauricio de Sousa das necessidades do povo brasileiro — disse o parlamentar.
Para o senador Romário (Podemos-RJ), que preside a Comissão de Assuntos Sociais (CAS), onde o requerimento para a homenagem foi aprovado, os brasileiros, em geral, têm dificuldade de reconhecer as diferenças, como as doenças raras e as deficiências. Por isso, segundo ele, o trabalho do cartunista torna-se ainda mais valioso.
— Estão aí o Cebolinha, que troca o “r” pelo “l”, o caipira Chico Bento, outro encanto da garotada, e tantos outros que, apesar das diferenças, têm uma característica em comum: são amigos e se divertem juntos. Meu caro Mauricio, muito obrigado pela sua inestimável contribuição para a educação da garotada do nosso país — afirmou Romário.
Também estiveram presentes na cerimônia os senadores Elmano Ferrer (Podemos-PI) e Flávio Arns (Rede-PR), além do secretário-geral da Mesa, Luiz Fernando Bandeira, da diretora-geral, Ilana Trombka e da diretora da Secretaria de Comunicação Social (Secom), Érica Ceolin.
Alegria
Fã declarado do cartunista, o artista plástico Simon Balbo Wernik, que tem síndrome de Down, costuma utilizar os personagens da Turma da Mônica em seus trabalhos. Segundo ele, o Cascão e a Mônica estão entre seus preferidos.
— Todos eles [os personagens] têm um bom coração, mas esses dois são os que gosto mais. Sou fanático pelo trabalho do Mauricio e fiquei bem ansioso para ver os personagens pessoalmente. Estou muito feliz — salientou.
Quem também foi conhecer de perto os personagens que, até então, só tinha visto nas histórias em quadrinhos foi a pequena Helena Porto, filha do servidor Andrei Porto, lotado no gabinete do senador Jorge Kajuru (Patriota-GO).
— Eu gosto muito de todos os personagens, do Cascão, da Magali, da Mônica, e estou muito feliz porque hoje vou ver o Mauricio — disse a menina.
Agência Senado (Reprodução autorizada mediante citação da Agência Senado)