Fotografias da artista Giulia Paulinelli, que tratam da banalização do corpo e da nudez, fazem parte do projeto MIS Itinerante
O projeto MIS Itinerante, do Museu da Imagem e do Som, chega a Santos com a mostra fotográfica “Passagens da inocência”, de Giulia Paulinelli. O programa, que leva as exposições de destaque do MIS a diversas cidades de São Paulo, também se une ao projeto Nova Fotografia, que anualmente expõe seis mostras inéditas de jovens fotógrafos no Museu paulistano.
A abertura da mostra “Passagens da inocência” será nesta sexta-feira (20) e depois fica em cartaz entre os dias 23 de setembro a 20 de outubro. A artista apresenta figuras humanas nuas, sem definir símbolos que imponham uma ideia ou pensamento. O conceito da exposição surgiu a partir de um incômodo da fotógrafa com a banalização do corpo, da nudez. “Um assunto ainda muito presente e mal resolvido”, diz a artista.
“Procuro tirar a segunda pele de pessoas comuns para mostrar um nu inocente, que sim, acredito deva ser mostrado, mas sem exageros, apenas como algo natural. Sem despertar a curiosidade no observador em relação ao nu em si, mas antes no conjunto de mistérios que compõem as cenas”, explica a fotógrafa.
A série é composta por 12 imagens que foram feitas em diversos lugares do Brasil. Entre estes locais está uma estação ferroviária em Morretes (PR), um porto no Paraná, uma Caverna em Altinópolis (SP) e uma praia em Angra dos Reis (RJ). “Tive que me deslocar e enfrentar riscos e dificuldades que estavam presentes nas locações. A pressa e os cuidados exigidos por esses lugares marcaram todo o processo”, relata. A artista utiliza o ambiente digital e se propõe a um meticuloso trabalho de pré e pós-produção para criar composições que unem o real e o fantástico.