O projeto Cine Teatro Amazonas, que tem objetivo de difundir a produção cinematográfica amazonense, exibe nove obras do cineasta Roberto Kahane, nesta quarta-feira (18/09), às 20h. O evento, promovido pela Secretaria de Estado de Cultura (SEC), tem entrada gratuita.
Ao todo, serão exibidos os filmes “Igual a mim, igual a ti”; “Um pintor amazonense”; “Plástica e movimento”; “Silvino Santos, o fim de um pioneiro”, “Fragmentos da terra encantada”, “1922 – A exposição da independência”, “Vale quem tem”; “A propósito de futebol”; e “Entrevista com Roberto, por Norma Araújo”.
Entre os temas representados nas obras, estão as transformações de Manaus nos anos 1960, a história do pintor amazonense Hahnemann Bacelar, a 3ª Feira de Artes Plásticas, e sobre o lendário cineasta Silvino Santos, que figura em três obras da mostra.
“A exibição reúne minhas primeiras experiências cinematográficas nos anos 1960 e também os trabalhos que fiz sobre o Silvino. ‘O fim de um pioneiro’ foi o documentário que revelou a figura de Silvino ao Brasil e, na época (1970), foi exibido como complemento do filme ‘Tubarão’. A obra mostra o histórico dele. Já ‘Fragmentos de Terra Encantada’ e ‘Exposição da Independência’ foram imagens que recuperei dos documentários do Silvino. São cenas belíssimas do trabalho dele”, destaca Kahane.
Confira as sinopses das obras:
“Igual a mim, igual a ti” (1965): Documenta como aconteceu a destruição da Cidade Flutuante, espécie de apêndice fluvial de Manaus, em 1965. A iniciativa, encarada pelas elites locais como necessárias do ponto de vista logístico, para uma cidade que abrigaria futuramente a Zona Franca, foi vista pelo poeta Aldisio Filgueiras e seu amigo do Cineclube Lumière, Roberto Kahane, como uma afronta ao modo de vida da população carente. Foi a essa população que ambos dedicaram o filme. (Direção: Roberto Kahane, Felipe Lindoso).
“Um pintor amazonense” (1965): O filme foi rodado em 8mm e sonorizado de forma precária com os recursos amadores disponíveis na época. Conta a história de Hahnemann Bacelar, pintor amazonense, que nasceu em Manaus e faleceu no Pará em 1970. (Duração: 14 min; Direção: Roberto Kahane, Felipe Lindoso).
“Plástica e movimento” (1966): A obra documenta a 3ª Feira de Artes Plásticas, que ocorreu em 21 de agosto de 1966, na praia da Ponta Negra. Em pleno verão amazonense, a feira expôs cerca de cem trabalhos de artistas locais, entre gravuras, pinturas, desenhos e esculturas. (Direção: Roberto Kahane, Raimundo Feitosa, Aldisio Filgueiras, Felipe Lindoso).
“Silvino Santos, o fim de um pioneiro” (1970): Documenta a vida e obra do pioneiro do cinema brasileiro e amazônico Silvino Santos em seu leito no hospital e seu enterro em Manaus, em 1970. (Duração: 15 min; Direção: Roberto Kahane e Domingos Demasi).
“Fragmentos da Terra Encantada” (1970): Versão realizada com o que restou do documentário “Terra Encantada” de Silvino Santos (1886-1970), mantendo-se o texto original das sequências recuperadas. É um filme que pretende ser um documento de uma época ruidosa, filmado por um homem que a viveu e a interpretou com deslumbramento e sensibilidade. Suas imagens rebuscadas demonstram a preocupação com a “beleza” e a “sofisticação” do Rio em 1923, vivendo com esta cidade o mito da “Terra Encantada”. (Duração: 10 min; Direção: Roberto Kahane e Domingos Demasi).
“1922 – A exposição da independência” (1970): Entre 1922 e 1923, foi realizada no Rio de Janeiro a “Exposição Internacional da Independência”, em comemoração ao seu centenário. O cineasta Silvino Santos (1893-1970), que apresentou na mesma mostra seu filme “No País das Amazonas”, documentou as atividades da Exposição. Este filme é a reconstituição de seu trabalho, em que as imagens foram recuperadas, obedecendo a um critério informativo de arquivos da época, e a banda sonora, uma ambientação musical da década de 20. (Duração: 15 min; Direção: Roberto Kahane e Domingos Demasi).
“Vale quem tem” (1970): É uma crônica sobre os homens que ergueram, no final do século 19 e início do século 20, uma cidade cosmopolita no meio da selva amazônica, Manaus, mantendo um ritmo de vida alucinante enquanto durou o monopólio da borracha. (Duração: 9 min; Direção: Roberto Kahane).
“A propósito de futebol” (1970): Montagem reflexiva sobre o futebol como esporte de massas, nas palavras de Oswald de Andrade. (Duração: 8 min; Direção: Roberto Kahane).
Serviço: Cine Teatro Amazonas – Obras de Roberto Kahane
Data/hora: Quarta-feira (18/09), às 20h
Local: Teatro Amazonas, avenida Eduardo Ribeiro, 659, Centro
Entrada: Gratuita
Classificação: Livre