O Plenário realizou, nesta sexta-feira (13), uma homenagem à Rede Globo pelo aniversário de 50 anos do principal telejornal da emissora, o Jornal Nacional (JN). O presidente do Senado, Davi Alcolumbre, abriu a sessão lembrando dos tempos de criança, quando os pais se sentavam em frente à TV com as crianças para ver as notícias do dia.
— Como lá em casa, isso acontecia nas casas de milhões de brasileiros.
Alcolumbre disse que a importância do jornal como referência de notícias diárias, furos de reportagem, e matérias especiais é ainda maior nos dias de hoje, em que as fake news se expandem com rapidez pelas redes sociais.
— Mais do que nunca precisamos de um veículo com a credibilidade, isenção e qualidade do Jornal Nacional. Não há democracia sem imprensa livre e imparcial, que permita ao cidadão conhecer os fatos e livremente opinar sobre eles, nas urnas, nas ruas e nas redes sociais.
A comemoração foi proposta pelo senador Jorge Kajuru (Patriota-GO). Ele lembrou a amizade com Roberto Marinho, criador do telejornal e da emissora que se tornou a quarta maior do mundo. Também citou a evolução do aparelho de TV analógico preto e branco para as atuais finíssimas telas em alta definição.
— A TV mudou, os meios de comunicação continuam se transformando. Mas o jornalismo em qualquer plataforma mantém sua essência e segue firme na missão de informar e produzir conhecimento.
Kajuru saudou a Globo pela cobertura jornalística e por ter reconhecido erros em duas ocasiões: o apoio à instalação do regime militar de 1964 e a edição dos debates em segundo turno da eleição de 1989.
Integração
O senador Eduardo Braga (MDB-AM) disse que o JN se tornou a voz de um Brasil continental, com todas as suas diferenças e culturas, suas riquezas, suas raças e seus valores.
— O rigor técnico, as inovações tecnológicas e a qualidade primorosa do trabalho de comunicação são reconhecidos no mundo inteiro. É o padrão globo de qualidade. Mas a capacidade de integração, de diálogo com todos os brasileiros, das mais diversas crenças e classes sociais, de norte a sul do país talvez seja o maior mérito do JN.
Filho de imigrantes, Esperidião Amin (PP-SC) destacou que o JN perenizou a língua portuguesa como a única falada em todo o território nacional. Randolfe Rodrigues (Rede-AP) ressaltou a importância da liberdade de imprensa e de expressão. E o senador Chico Rodrigues (DEM-RR) mencionou a qualidade dos jornalistas que conduzem o noticiário da emissora.
Independência
Último a usar a tribuna, o jornalista João Roberto Marinho, presidente do Conselho Editorial do Grupo Globo, lembrou a necessidade que o país tem de reafirmar alguns pilares da democracia, entre os quais o Estado de Direito, a liberdade de expressão e a liberdade de imprensa.
— É uma pena que seja necessário, mas estamos precisando reafirmar isso.
Ele frisou que a independência é quesito básico do jornalismo. João Marinho repudiou os “momentos em que a imprensa está diante de ameaças, de retaliação concreta ou insinuada, ou quando há tentativa de intimidação em palavras e atos”.
História
O Jornal Nacional, telejornal de maior audiência do país, entrou no ar no dia 1° de setembro de 1969. Atualmente, é apresentado por William Bonner, que também é o editor-chefe, e por Renata Vasconcellos, que também atua como editora-executiva.
Premiado sete vezes com o Emmy e detentor de centenas de outros prêmios, o JN transmitiu fatos históricos, como a queda do muro de Berlim, acordos de paz, guerras como a do Kwait e do Iraque, o atentado às Torres Gêmeas, a destruição da nave Challenger, acidentes aéreos, conquistas de prêmios olímpicos e copas do mundo, e outros fatos exibidos em um vídeo no início da sessão de homenagem.
Agência Senado (Reprodução autorizada mediante citação da Agência Senado)