A Polícia Civil do Rio de Janeiro cumpriu nesta quinta-feira (12) 14 mandados de prisão na quinta fase da Operação Open Doors (Portas Abertas) contra uma quadrilha de hackers responsável por crimes de lavagem de dinheiro, furto qualificado e organização criminosa, que agia em grande parte do país. Dez pessoas foram presas no estado do Rio, duas em Minas Gerais, uma em Goiás e outra no Paraná. A ação também teve desdobramentos em São Paulo.
A organização criminosa agia em Barra Mansa, no sul fluminense, e praticava diversos crimes patrimoniais, em especial a subtração de valores de contas bancárias de terceiros por meio de transações fraudulentas.
Apontado pela investigação como um dos maiores hackers do Brasil e líder da organização criminosa, Lucas Iagla Turqueto, conhecido como Bart, em referência ao personagem Bart Simpson, foi preso em uma cobertura de luxo localizada na região central de Curitiba, no Paraná. A residência era usada como quartel-general do crime. Foram apreendidos na casa mais de R$ 630 mil, além de computadores usados nas fraudes bancárias.
A Operação Open Doors teve início em 2017 e, desde então, dezenas de pessoas já foram presas por envolvimento em fraudes.
Organização criminosa
De acordo com o Ministério Público do Rio, nas fases anteriores da operação, foi possível desbaratar a estrutura da organização criminosa liderada por hackers que se valiam-se de complexa rede de apoio formada por laranjas e lavadores de dinheiros.
Na primeira fase, foram denunciadas 16 pessoas pelos crimes de organização criminosa, furto, lavagem de dinheiro e ocultação de patrimônio, tendo sido desarticulado o nível intermediário do esquema.
Na segunda fase, em que foram denunciadas 237 pessoas, entre os quais seis hackers, foi possível chegar a alguns dos principais articuladores do grupo, que movimentou, entre 2016 e 2018, R$ 150 milhões.
As denúncias que possibilitaram a realização da quinta etapa foram baseadas nas fases 1 e 2 da operação. Na primeira fase, foram apreendidos diversos veículos com os envolvidos, o que gerou investigações nas quais foi possível verificar que a organização criminosa usava veículos em nome de terceiros para ocultação de bens. O valor de tais veículos foi estimado em R$ 900 mil.
Já a partir da fase 2, em razão da apreensão de computadores de dois denunciados, foi possível descobrir grande número de transações envolvendo os réus, inclusive com ocultação de patrimônio.
Os acusados foram denunciados por furto qualificado, lavagem de dinheiro, organização criminosa e ocultação de patrimônio. Os mandados foram expedidos pelo Juízo da 2ª Vara Criminal de Barra Mansa, no sul fluminense.
Edição: Nádia Franco