Segunda edição do projeto Diversidade à Mesa promove formação profissional a 21 presos transexuais e homossexuais
Em ação inovadora no sistema prisional, a Secretaria da Administração Penitenciária promove formação profissional a 21 presos transexuais e homossexuais da Penitenciária José Parada Neto, de Guarulhos, e da Ala de Progressão Penitenciária do Centro de Detenção Provisória (CDP) Belém I, no projeto Diversidade à Mesa.
Segundo o diretor do Grupo de Capacitação Aperfeiçoamento e Empregabilidade, da Coordenadoria de Reintegração Social e Cidadania, Evaldo Barreto dos Santos, essa segunda edição do programa é muito importante para a Secretaria. “É a continuidade de uma ação importantíssima ao público LGBTQI+ e pretendemos a cada edição aumentar o número de unidades prisionais participando para que, assim, mais pessoas tenham oportunidade na retomada de suas vidas”, ressaltou Barreto.
Nos dias 6 e 7 de agosto houve a formatura dos participantes da segunda edição. Dos 21 reeducandos, sete são do CDP Belém I e 14 são da Penitenciária José Parada Neto, de Guarulhos.
O projeto Diversidade à Mesa foi estruturado de acordo com a Resolução SAP n° 11/2014, que dispõe sobre a atenção integral ao público LGBTQI+ (Lésbicas, Gays, Bissexuais, Transexuais, Travestis e Transgêneros, Queer e Intersexuais) no âmbito penitenciário.
Estrutura do projeto
Com duração de 50 horas, o curso foi realizado de maio a agosto com a proposta de oferecer aos participantes o conceito de comida de verdade, feita com afeto e carinho, além de ter foco na qualificação profissional. O currículo incluiu oficinas socioeducativas que abordaram o direito humano à alimentação, um mapa afetivo alimentar, cidadania, entre outros temas.
Os aspectos técnicos e práticos foram ministrados por profissionais da área da alimentação especialmente convidados para o projeto. Max Jaques, chefe do Instituto Brasil a Gosto e voluntário no curso, parabenizou a iniciativa e a participação de tantos parceiros no projeto. “Espero ter despertado nos alunos o interesse sobre a área e com a certificação eles agora estão aptos para trabalhar com alimentação”, disse durante a cerimônia de encerramento do projeto na Penitenciária José Parada Neto, de Guarulhos.
Nos dois locais onde o curso ocorreu houve agradecimentos aos servidores que colaboraram para o bom andamento do projeto, tanto por parte dos alunos como dos voluntários. “Essa chance nos mostrou que nós somos ouvidos e que devemos ser a diferença”, afirmou a reeducanda S.B.D.