Aberta a temporada de pesca esportiva desde o último dia 15 de agosto na Reserva de Desenvolvimento Sustentável do Uatumã (a 227 km de Manaus), os olhares dos praticantes da pesca esportiva se voltam para o Amazonas, estado privilegiado por sua extensa bacia hidrográfica e consequentemente maior detentor de área de pesca de peixes esportivos, como o Tucunaré, na região do Rio Negro.
Com a possibilidade de pescar Tucunarés de até 1 metro no Amazonas, o estado é um dos principais destinos brasileiros dos amantes do esporte, que já movimenta cerca de R$ 3 bilhões no Brasil por ano, de acordo com a Associação Nacional de Ecologia e Pesca Esportiva (Anepe). De acordo com a Secretaria Estadual de Meio Ambiente (Sema), o Amazonas atrai cerca de 30 mil turistas por ano, em sua maioria asiática e norte-americana, movimentando R$ 100 milhões na economia local.
Dada à importância do esporte na economia local o deputado estadual Augusto Ferraz (DEM), que também é presidente da Comissão de Agricultura, Pecuária, Pesca, Aquicultura, Abastecimento e desenvolvimento Rural da Assembleia Legislativa do Amazonas (Aleam), aponta que o Amazonas ainda não oferece estrutura e incentivos adequados para os turistas amantes da pesca.
Para o parlamentar, “essa é uma vertente econômica muito grande que ainda não está sendo trabalhada para que realmente essa prosperidade venha a surtir efeitos aqui no nosso estado. Acredito que os governos Estadual e Federal, trabalhando em conjunto dentro de uma percepção de alavancar esta vertente da economia, podem beneficiar uma série de atores que participam desse processo de turismo”, afirmou Ferraz.
Entre os destinos mais procurados para pesca esportiva no Amazonas estão os municípios de Barcelos (a 399 km de Manaus), Santa Isabel do Rio Negro (a 630 km de Manaus) e Novo Airão (a 115 km de Manaus), mas segundo Rogério Bessa, coordenador do núcleo de pesca da Sema, o Amazonas oferece outras várias áreas de pesca nos diversos municípios do estado. “Os municípios de Barcelos, Santa Isabel do Rio Negro e Novo Airão destacam-se por receberem turistas de varias partes do Brasil e do exterior, onde asiáticos e americanos lideram a lista de turistas”, destacou.
O coordenador destaca que outros municípios já realizaram torneios de pesca esportiva “Manaus, Presidente Figueiredo, Itapiranga, São Sebastião
do Uatumã, Balbina, Silves, Parintins, Anori e Manaus já organizam torneios de pesca com o intuito de incentivar o esporte em seus moradores”, citou. Além disso, segundo Bessa, o estado tem está intensificando é o acesso as Unidades de Conservação de cunho sustentável (UC´s) que possuem potencial para a prática da pesca esportiva, para dar autonomia econômica e social a todos os moradores e usuários.
Sobre a importância econômica da pesca esportiva para os moradores das regiões que recebem o praticantes de pesca esportiva, Cristiane Silva Castro, gerente da pousada do Dica, na região do Rio Uatumã, em Presidente Figueiredo (a 107 km de Manaus), citou a precariedade da comunicação ainda afeta a relação com os turistas “O turismo leva renda aos ribeirinhos que trabalham durante os eventos de pesca como guias, mas ainda falta muito investimento em divulgação e tecnologia, pois é ela quem atrai turistas para a nossa região”, afirmou.
O advogado Thiago Allende Silva de Lima, que é praticante da pesca esportiva há sete anos e participa de grupos de pesca de Manaus, falou da importância do esporte para as comunidades ribeirinhas. “Atualmente, boa parte dos principais pontos de pesca no Amazonas possuem pousadas altamente estruturaras para receber os pescadores locais e inclusive turistas de outros estados e até outros países. Essas pousadas subsistem as comunidades ribeirinhas ao redor através da Pesca Esportiva. Isso é o bacana da coisa. É o esporte crescendo cada vez mais e trazendo benefício para os moradores”, afirmou.
A preservação de espécies como o Tucunaré é um ponto a ser melhorado, na opinião do advogado. “Estamos conscientes da esportividade da pesca, em não capturar o peixe para alimento e proteger espécies, como o tucunaré, porque ainda vemos muita matança da espécie. Acredito que o tucunaré tem mais valor vivo, do que abatido no balcão da feira e, por isso acho que o poder público poderia crias políticas voltadas para a preservação da espécie”, opinou.
Diretoria de Comunicação da Aleam
Texto: Fernanda Barroso