Ação realizada na Penitenciária de Cerqueira César visa arrecadar dinheiro para a Santa Casa da cidade e hospital de câncer
O projeto “Os Entre Laços do Crochê” é realizado por cinco presos na produção de gorros, tapetes, toalhas e cortinas artesanais com um motivo nobre: ajudar a Santa Casa de Misericórdia da cidade e pacientes com câncer do Hospital Amaral Carvalho de Jaú. O material é doado para a realização de bazares e todo dinheiro arrecadado é investido no tratamento dos enfermos.
“Tivemos uma boa experiência com a confecção de itens de crochê e, então, surgiu a ideia de estender o trabalho para fins sociais”, explicou o diretor geral da Penitenciária de Cerqueira César, Carlos Eduardo Zanluchi. De acordo com ele, a iniciativa surgiu durante a 4ª Jornada de Cidadania e Empregabilidade, realizada na unidade prisional em abril deste ano que ofereceu curso de crochê.
Pedro Ramos da Silva, 38 anos, é um dos detentos empenhados na ação filantrópica. Ele produz tapetes e cortinas e se sente feliz por levar um pouco de conforto a quem precisa enfrentar uma internação hospitalar. “Tenho a sensação de ser útil e de estar ajudando a sociedade”, destacou. Condenado por tráfico de drogas, ele conta que começou a fazer crochê na prisão influenciado pelos colegas de cela e funcionários do setor de educação da unidade.
“É muito bom manter essa atividade, pois ajuda a passar o tempo e ainda causa um impacto positivo no meu processo de ressocialização”, observa Pedro, que já faz planos para quando ganhar a liberdade. “Pretendo terminar os estudos, cursar uma faculdade e dar seguimento aos meus projetos de trabalho”, diz.
Outro preso envolvido na atividade voluntária, Hebert Gudino da Silva, de 27 anos, também descobriu o dom para o artesanato na unidade prisional. “Ver a emoção com que os pacientes do hospital de câncer recebem os gorros que produzo me deixa muito realizado. É um combustível para continuar com as ações sociais”, destaca.
Projeto
O projeto “Os Entre Laços do Crochê” funciona de forma voluntária. A Santa Casa municipal faz a doação de linhas e lãs para que os detentos possam dar continuidade ao trabalho.
Recentemente, a iniciativa se estendeu ao Hospital Amaral Carvalho de Jaú. Os presos produzem gorros para serem comercializados com intuito de angariar recursos. O material também é doado para crianças e adultos em tratamento de câncer.
A doação de matéria-prima, neste caso, ocorre por meio de uma parceria firmada com a Associação Espírita “Léon Denis” de Avaré, conforme explica Emy Rowe, monitora de Educação da Fundação “Professor Doutor Manoel Pedro Pimentel” (Funap) – que atua em programas de trabalho dentro do presídio. “Além da ação social, o projeto busca resgatar a autoestima e cidadania do recluso, oferecendo aprendizado e também remição de pena aos reeducandos”, detalha Rowe.